Dados da Submissão

Título

GEOCONSERVAÇÃO: LUGARES DE INTERESSE GEOLÓGICO (LIGS) NO DISTRITO DA CHAPADA, OURO PRETO, MINAS GERAIS

Texto do resumo

Situado a cerca de 15km da cidade de Ouro Preto e 8km de Lavras Novas, o distrito da Chapada, se destaca por grandes belezas naturais tanto para o turismo e lazer como para os estudos relacionados a geociências. A área de estudo se encontra na região do Quadrilátero Ferrífero (QFe), o qual foi submetido a duas deformidades originadas pelos eventos colisionais do Transamazônico e do Brasiliano no Paleo e Neoproterozoico. Situa-se na porção Sudeste do QFe, pertencendo a Nappe Chapada - Lavras Novas, apresentando rochas metamórficas como quartzitos, metaconglomerados e metassedimentares, com estratificações cruzadas e planares, veios de quartzo e feições de zonas de cisalhamento e boudinagens. O objetivo desse estudo do grupo PET Engenharia Geológica, foi identificar, valorar e inventariar os Lugares de Interesse Geológico (LIGs) usando fichas de inventário adaptadas a áreas com cachoeiras, visando colaborar para proteção e conservação do patrimônio geológico no contexto da expansão do turismo. O estudo contemplou áreas de riquezas naturais, como as cachoeiras das Borboletas, Moinho, Castelinho e Falcão, juntamente de suas trilhas que são exploradas pelos turistas. As informações coletadas sobre a área, incluem dados geográficos, ambientais, geológicos, acesso e infraestrutura, os quais, auxiliam na valoração. Ademais, foram feitas reuniões com membros da comunidade, visando a compreensão das demandas socioambientais do distrito. As compilações dos dados demonstraram um estado de conservação bom, embora não tendo medidas de proteção específica. Além da balneabilidade adequada para o lazer, as cachoeiras apresentaram vários interesses pedagógicos nas áreas das geociências, tendo importância para trabalhos científicos. Além disso, ao se falar da cachoeira do Moinho, ressalta a importância para história local, possuindo um moinho colonial, reforçando a ideia de preservação da região tanto para o turismo e pesquisa, como para ensino de história. Posto isso, a valoração mostrou que as cachoeiras da Borboleta e Moinho obtiveram melhores pontuações, sendo 21.6 e 22.6, possuindo boa infraestrutura turística como placas de sinalização, trilhas fáceis, locais limpos e a presença de restaurante, banheiros e estacionamento, porém situadas em propriedade privada, resultando em acesso limitado, mas gratuito. Ao se falar de seus aspectos visuais, Borboleta com 4m e o Moinho com 2m apresentam pequenas quedas d'água. Seguidamente, as Cachoeiras do Castelinho e Falcão com menores notas, 20.6 e 20.3, não havendo nenhuma infraestrutura, apenas uma área de camping no Castelinho, além de suas trilhas de difícil acesso. Nos aspectos visuais, o Castelinho, apresenta queda d’água de 14m, já a do Falcão, apenas 4m e destacando-se por estar próxima a rodovia. Por sua vez, ambas estão localizadas em locais públicos, garantindo ampla visitação. As áreas são classificadas como Áreas de Preservação Permanente (APP), com vegetação de cerrado, mantendo a evolução natural dos processos geológicos e de sua biodiversidade. Portanto, é necessário implementar uma gestão integrada e colaborativa para garantir a sustentabilidade do turismo dos LIGs. Isso incluirá práticas de turismo responsáveis, educação ambiental e planejamento sustentável, com a participação ativa das comunidades locais. A integração do estudo com a comunidade é uma iniciativa que visa promover o desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que preserva o patrimônio geológico e fortalece a cultura local.

Palavras Chave

Valoração; LIGs; Cachoeiras; trilhas; Geoturismo.