51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PATRIMÔNIO GEOLÓGICO E PALEONTOLÓGICO NO PARQUE CEMITÉRIO DA SOLEDADE: ESTRATÉGIAS PARA ACESSIBILIDADE

Texto do resumo

O Cemitério de Nossa Senhora da Soledade foi criado em janeiro de 1850 após uma epidemia de febre amarela na cidade de Belém. Em 1964 o Cemitério foi tombado pelo IPHAN, sendo o primeiro tombamento de um cemitério no Brasil, pela sua importância arqueológica, etnográfica e paisagística. Em 2022 o cemitério passou por um processo de restauração e revitalização que incluiu a instalação de um Museu, contudo a acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PcD) e com Necessidades Especiais (PNE) dentro do local ainda é restritivo. O Parque da Soledade, apresenta além de suas belezas arquitetônicas e sua importância histórica, diferentes tipos de rochas que foram utilizados na construção dos túmulos e mausoléus, como granitos, mármores e calcários. Os calcários, em especial, contêm uma ampla e bem preservada riqueza fossilífera, no entanto, encontra-se inacessível para o público PcD. Portanto, o principal objetivo é visibilizar e implementar medidas inclusivas de divulgação para tornar estes ambientes patrimoniais mais acessíveis a toda sociedade, reconhecendo o valor cultural deste patrimônio geológico e paleontológico da cidade de Belém. Nesse sentido, ocorreram três etapas de desenvolvimento. A primeira baseou-se em visitas técnicas ao parque, onde foi avaliado qualitativamente a acessibilidade na infraestrutura e aos principais pontos de visitação. O parque possui duas entradas, porém somente uma é habilitada para acessibilidade a outra, devido ser tombada, não pode ser modificada. Na área interna do parque e no Museu nota-se que as áreas de circulação não contam com sinalizadores de piso podotátil direcional. A arquitetura mortuária do parque dispõe de vários simbolismos nos mausoléus, todavia, as placas iconográficas foram dispostas fora do alcance apropriado de todos os visitantes, reforçando as barreiras da mobilidade dos usuários cadeirantes, com baixa visão e idosos, além de não estarem em braille. Apesar da riqueza de fósseis e tipos litológicos também não há no parque placas ou infografias que informem o visitante a respeito deste patrimônio paleontológico, desconhecido até mesmo pelas pessoas que trabalham no local. Desse modo, além de inviabilizar a circulação de pessoas cadeirantes, a carência de recursos táteis e desinformação desestimula a presença deste público no local, o que restringe e centraliza o conhecimento dos patrimônios materiais e paleontológicos. A segunda etapa foi a capacitação dos funcionários e estagiários do parque, a confecção de materiais paradidáticos como a criação de materiais em alto relevo dos fósseis e a instalação de placas infográficas táteis com objetivo de contribuir com processos de acessibilidade. E por fim, a última etapa consistiu na realização de oficinas em escolas públicas de ensino fundamental, médio e para estudantes neurodivergentes e visitas guiadas ao parque e ao museu. Assim, a efetivação destas medidas de acessibilidade permite a democratização do conhecimento patrimonial na cidade de Belém, especialmente no Parque Cemitério Soledade, promovendo junto com o campo da educação, ciência e tecnologia, o melhor aproveitamento e disseminação do conhecimento patrimonial paleontológico de Belém. Este projeto foi selecionado pelo edital de Patrimônio Material - Lei Paulo Gustavo.

Palavras Chave

Construções históricas; Fósseis; Inclusão; Geoturismo

Área

TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação

Autores/Proponentes

Giovana Freitas Brabo, Joelson Lima Soares, Laura Estefania Garzón Rojas, Camila Amorim Barata, Tayana Sarmento Saraiva , Julyana Cruz Piedade