51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MODELOS VIRTUAIS DE AFLORAMENTOS INTEGRADOS A DADOS GEOLÓGICOS E SEU POTENCIAL PARA PESQUISA E ENSINO EM GEOCIÊNCIAS

Texto do resumo

A evolução tecnológica dos sensores remotos, especialmente aqueles embarcados em Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) tem gerado um volume muito grande de dados e tem potencial de transformar diversos segmentos da indústria. Toda essa revolução já é uma realidade em diversos segmentos, porém ainda há um grande espaço a ser explorado e conquistado nas geociências, até que faça parte do dia a dia do geólogo. Neste sentido, o uso de modelos digitais tridimensionais de escalas de grandeza variada, como afloramentos e amostras de rochas, vem permitindo realizar análises pré e pós-campo, além de integrar dados adquiridos em laboratório. Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo contribuir para o estabelecimento de uma metodologia de pesquisa e ensino nas geociências a partir de modelos geológicos digitais em realidade virtual (VR). Para tanto, foram coletados dados de três bacias sedimentares onshore: Bacia de Taubaté (um afloramento), Bacia do Araripe (onze afloramentos e um museu) e Bacia de Neuquén (sete afloramentos). As unidades geológicas estudadas abrangem rochas de idade Jurássica e Cretácea, englobando ambientes sedimentares lacustres, transicionais e marinhos. Os Modelos Digitais de Afloramentos (MDAs) foram realizados a partir de levantamentos fotogramétricos com VANT. As amostras coletadas foram digitalizadas e as análises geoquímicas, hiperespectrais e de palinofácies interpretadas. Os modelos digitais e os dados geológicos foram integrados utilizando os softwares Mosis LAB e Mosis XP, que serviram como base para a visualização integrada de dados e análise de afloramentos digitais para treinamento em geociências com foco em realidade virtual. Apresentações neste formato foram realizadas em eventos para detalhamento sobre as bacias. Além disso, foi promovido o primeiro campo virtual realizado na Petrobras, com foco em rocha geradora e sistemas lacustres da Bacia de Taubaté. O campo teve uma fundamentação teórica sobre a geologia da bacia, seguida de um treinamento do uso do software em óculos de realidade virtual e passando então para uma aula totalmente imersiva. Por fim, foi realizada uma prática de interpretação do modelo geológico digital em computador. A prática simulou as atividades de campo, como medição de estruturas, atitude de camadas e construção de perfil litológico. Para a maioria dos participantes, o curso proporcionou a primeira experiência em ambiente virtual imersivo. Ao final, eles sinalizaram ter sido uma experiência muito proveitosa, de grande aprendizado e com poucas dificuldades. Nas apresentações sobre as bacias em evento, os participantes sinalizaram, em maioria, facilidade em encontrar as informações no ambiente de realidade virtual, havendo uma instrução inicial. Esta metodologia traz uma grande vantagem no aprendizado geológico, pois permite acessar de forma remota os afloramentos e amostras de rocha, que anteriormente apenas poderiam ser vistos in loco. Além disso, eles podem ser analisados em conjunto com os dados adquiridos em laboratório, permitindo um estudo mais abrangente e integrado. A interpretação geológica de um modelo digital de afloramento em ambiente virtual não substitui a atividade de campo, porém, permite otimizar e complementar as atividades de pré e pós-campo com o uso de ferramentas de interpretação. Além disso, essa metodologia tem um caráter inclusivo, pois possibilita que todas as pessoas possam ter uma experiência semelhante àquela vivenciada em atividade de campo.

Palavras Chave

Realidade Virtual; VANT; Interpretação Geológica; Inovação Tecnológica; Campo Virtual

Área

TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias

Autores/Proponentes

André Luiz Durante Spigolon, Ygor dos Santos Rocha, Roberto Salvador Francisco D´Avila, Luiza Carine Ferreira da Silva, Joice Cagliari, Leandro Tonietto, Maurício Roberto Veronez, Luiz Gonzaga da Silveira Junior