51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

NOVO MAPA GEOLÓGICO DO GRUPO BAMBUÍ, UMA REVISÃO CARTOGRÁFICA INTEGRADA COM DADOS DE GEOFÍSICA, SUBSUPERFÍCIE E GEOCRONOLOGIA

Texto do resumo

O Grupo Bambuí, com sua vasta extensão de mais de 340.000 km², se estende pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Tocantins. Formado durante o período Ediacarano-Cambriano (630 a 520 Ma), esta unidade representa uma bacia sin-orogênica, também conhecida como uma bacia de antepaís, que foi depositada sobre o Cráton do São Francisco. A sequência pelítica carbonática que compõe o Grupo Bambuí foi significantemente influenciada pelas flexuras litosféricas, induzidas principalmente pelo soerguimento do Orógeno Brasília a oeste e, em menor proporção, pelo Orógeno Araçuaí a leste. Dentro desta bacia, destacam-se as regiões de foredeep, com mais de 3 km de espessura de rochas predominantemente siliciclásticas, e a região de backbulge, caracterizada por uma mistura de rochas carbonáticas e siliciclásticas rasas. Historicamente, o Grupo Bambuí tem sido um foco significativo de estudos estratigráficos e metalogenéticos, devido ao seu potencial para ocorrências de chumbo (Pb), zinco (Zn) e flúor (F), além de fosfato e potássio sedimentares. Ao longo deste milênio, estudos também têm investigado o potencial da bacia para hidrocarbonetos, que resultaram na licitação de diversos blocos. Recentemente, a descoberta de indícios de hidrogênio natural adicionou um novo vetor exploratório. A acumulação de dados cartográficos, geofísicos e de perfis de poços exploratórios ao longo das últimas duas décadas propiciou a criação de um extenso banco de dados, que foi meticulosamente compilado, padronizado e analisado para a elaboração de um mapa regional detalhado do Grupo Bambuí. Estratigraficamente, o Grupo Bambuí engloba as formações Sete Lagoas (marga, calcilutito, calcarenito, biolitito), Samburá (conglomerado, pelito), Serra de Santa Helena (pelito), Lagoa do Jacaré (calcarenito, pelito), Lagoa Formosa (pelito, conglomerado, jaspilito), Serra da Saudade (pelito) e Três Marias (pelito, arenito). Unidades recentemente identificadas, como Jaíba (calcarenito, microbialito) e Gorutuba (arcóseo, conglomerado) na margem leste (Faixa Araçuaí), além de Rocinha Mina (pelito, fosforito) e Santo Antônio do Bonito (pelito, conglomerado) na margem oeste (Faixa Brasília), foram incorporadas ao novomapa. Próximo à Faixa Sergipana, ao norte, foram adicionadas a esse grupo as unidades Riachão das Neves (arcósio, siltito), Serra da Mamona (siltito, marga) e São Desidério (pelito, mármore, marga). Esse novo mapa também enfatiza os principais depósitos minerais, tanto atuais quanto históricos (inativos), incluindo minas e garimpos de fosfato, fluorita e quartzo, manganês, calcário/dolomito e ardósia. Também são destacadas importantes ocorrências de zinco, chumbo e potássio, bem como exsudações ou indícios de gás natural, incluindo hidrogênio. Poços estratigráficos e de exploração de hidrocarbonetos estão representados no mapa, e juntamente com seções sísmicas, têm sido fundamentais para entender a variação de profundidade e a arquitetura estrutural da bacia. Os perfis geológicos que acompanham o mapa ilustram a compreensão regional da variação de profundidade da bacia, de sua arquitetura estrutural e de seus limites. A arquitetura formada por falhas de empurrão e inversão estratigráfica, a sudeste e sudoeste da bacia, e os limites que mostram uma bacia mais confinada sem inversão estratigráfica, a nordeste e noroeste, são bastante evidentes e destacados nos perfis apresentados.

Palavras Chave

CARTOGRAFIA GEOLÓGICA; recursos minerais; Bacia de antepaís; integração geológica Regional

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Paulo Henrique Amorim Dias, Denise Canabrava Brito, Marcio Antônio Silva, Renato Assis Barros, Caio Alencar Matos, Carolina Reis, Michel Macedo Meira, Wilker Soares Silva