51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESTUDO PETROGRÁFICO DOS CARVÕES DA CAMADA BONITO, FORMAÇÃO RIO BONITO, BACIA DO PARANÁ.

Texto do resumo

Durante décadas o Brasil explora jazidas carbonífera para alimentar suas indústrias metalúrgica e termoelétrica, mas nos últimos anos o uso de carvão para estocagem geológica de carbono vem sendo discutido. Para isso, novos estudos de caracterização petrográfica dos carvões se fazem necessário para avaliar seu potencial como reservatório de CO2.
Carvões gonduânicos ocorrem na Bacia do Paraná no sul do Brasil, associados a rochas da Formação Rio Bonito com idade correspondente ao Permiano Inferior. A Camada Bonito, pertencente a formação supracitada, a qual está inserida no Grupo Guatá, Supersequência Gondwana I, da Bacia do Paraná, apresenta facies de ambientes fluviais, deltaicos e estuarinos, que ocorreram na borda deste supercontinente (Schneider 1974, Lavina & Lopes 1987, Della Favera et al. 1992 e 1994, Ade et al. 2019 e Correa da Silva 2003). Amostras de carvão da camada Bonito, provenientes do poço MML-50, foram submetidas a análise petrográfica à luz refletida com finalidade de avaliar o seu conteúdo maceral e ambiente de deposição.
Os carvões gonduânicos brasileiros foram classificados como sub-betuminosos e betuminosos (Correa da Silva, 1989). Na descrição macroscópica dos litotipos foi utilizado a proposta de Diessel (1965a), onde predominou de carvão bandado brilhante e subordinadamente o carvão bandado.
Também foi realizado análise microscópica à luz refletida nas amostas. As descrições foram realizadas com objetiva de 50x (aumento de cem vezes) em imersão a óleo (Me: 1,518 à 23°C) utilizando o microscópio modelo AXIO Imager.M2m da Zeiss. Para cada amostra analisada foram realizados 400 (quatrocentos) pontos de contagem de maceral, igualmente distribuídos na malha amostral.
A descrição dos macerais seguiu as normas ICCP 1998 e 2001, tendo sido identificados a predominância do grupo da vitrinita em todas as amostras, subordinadamente da Inertinita e posteriormente da liptinita. Na base da camada destaca-se a presença de colotelinita e no topo o aumento de vitrodetrinita e colodetrinita em relação à diminuição de colotelinita. Acompanha-se a diminuição do grupo da vitrinita em sentido ao topo, junto ao aumento da presença de material mineral, em destaque a pirita. A presença de pirita sugere entrada de água salgada na turfeira, enquanto a crescente porcentagem de material mineral e da diminuição da participação de colotelinita indica o aumento de energia.

Palavras Chave

Carvão; Ambiente Deposicional; Camada Bonito; Bacia do Paraná; Petrografia Orgânica

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Luiz Felipe Rodrigues Moraes, Marcus Vinicius Berao Ade, Cristina Fernanda Alves Rodrigues, Manuel João Lemos de Souza, Patrícia Francisca Moreira