51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO DO ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) E AS GEOFORMAS APLAINADAS NA REGIÃO DE COROMANDEL (MG)

Texto do resumo

A região de Coromandel (MG) apresenta distintas formas de relevo, contidas nas unidades geotectônicas da Faixa de Dobramentos Brasília (FDB) e da Bacia Sanfranciscana (BSF). Está inserida na unidade morfoescultural dos Planaltos e Serras de Goiás-Minas que integram formas aplainadas, residuais e dissecadas, reguladas pelo nível de base do rio Paranaíba. O trabalho deu ênfase à identificação de geoformas aplainadas marcadas por nivelamentos altimétricos acima de 1000 metros, que estão distribuídas no interior de um contexto dominante de formas dissecadas com altimetrias inferiores a 900 metros. Assim, o objetivo do trabalho foi identificar as geoformas aplainadas a partir da elaboração do mapa de Índice de Posição Topográfica (IPT), a fim de correlacioná-las com as superfícies geomorfológicas reconhecidas pela literatura geomorfológica no estado de Minas Gerais. Para isso, primeiramente foi produzido um Modelo Digital de Elevação (MDE) na escala de 1:100.000, utilizando dados raster disponibilizados pelo SRTM, no Software QGIS 3.32. O MDE é a base primária para confecção do IPT, que é uma ferramenta GIS de classificação do relevo pelo índice topográfico, reconhecido a partir do posicionamento de uma vertente (declividade) e dos tipos de formas de relevo (morfografia). Os valores positivos do IPT indicam locais mais elevados como cristas e escarpas, enquanto valores próximos a zero representam superfícies de média vertente ou áreas planas. Os valores negativos representam locais mais rebaixados como vales e depressões. A partir do IPT foram reconhecidas 5 classes na área estudada, identificadas como: 1 - vales com incisão fluvial, 2 - baixas vertentes entalhadas por dissecação fluvial, 3 - altas e médias vertentes suavemente convexas a planas, 4 - topos e altas vertentes planas a suavemente convexas, 5 - rebordos escarpados e topos aguçados. Nesse contexto foram observadas 3 áreas marcadas por geoformas aplainadas a suavemente convexas niveladas em cotas superiores a 1000m. A primeira corresponde a topos suavemente convexos a aplainados nivelados (classes 3 e 4 no IPT), posicionados no interior de um conjunto de morros alinhados (classe 5 no IPT) na FDB, que estão sustentados por quartzitos e filitos do Grupo Canastra. A segunda refere-se a um conjunto de geoformas suavemente convexas a aplainadas (classes 3 e 4 no IPT) localizadas no reverso da escarpa (classe 5 no IPT) que delimita a borda da BSF com a FDB, sustentada por quartzitos do Grupo Canastra. Em frente a essas escarpas é encontrado o terceiro conjunto de geoformas, que representam relevos residuais da BSF, com topos aplainados (classe 4 no IPT) e rebordos escarpados (classe 5 do IPT). Isso evidencia o nivelamento de superfícies entre a BSF e os relevos residuais na FDB, com regressão do front escarpado. Portanto, em uma análise preliminar, compreende-se que esses três conjuntos de geoformas representariam níveis da Superfície Sul-Americana, gerada entre o Cretáceo Superior e o Terciário Médio, onde se desenvolveram espessas coberturas detrito-lateríticas sobre o Grupo Canastra e sobre rochas do Grupo Mata da Corda e Três Barras. Essa Superfície foi retrabalhada pelo Ciclo Velhas, que formou superfícies contidas nas cotas abaixo de 900m no Terciário Superior, representadas majoritariamente pelas classes 1,2 e 3 no IPT, que atualmente correspondem aos relevos dissecados sustentados por rochas do Grupo Araxá, Ibiá e Complexo Monte Carmelo.

Palavras Chave

Unidade Morfoescultural; Planalto; Superfície Sul-Americana; Relevos Dissecados; Relevos Residuais

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Nathália Almeida Santos, Luis Felipe Ferreira Batista, Alan Silveira