Dados da Submissão

Título

NÍVEIS TOPOGRÁFICOS E A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE COBERTURAS LATOSSÓLICAS NA REGIÃO DE MONTE CARMELO- MG

Texto do resumo

Os Latossolos são reconhecidos por seu estágio avançado de intemperismo e pedogênese presentes em espessos perfis de alteração, representando uma classe de solos desenvolvida em regiões tropicais e equatoriais. Distribuem-se majoritariamente em relevos tabulares e suavemente convexos, pouco dissecados, especialmente em superfícies geomorfológicas conservadas e antigas. A região de Monte Carmelo apresenta um contexto geológico-geomorfológico marcado por Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná e Planaltos e Serras de Goiás-Minas da Faixa Móvel Brasília. Em revisão bibliográfica e cartográfica, bem como em trabalhos de campo, observou-se a ocorrência de coberturas latossólicas em distintos níveis altimétricos, tanto na morfoestrutura sedimentar como na cristalina. Com isso, o trabalho teve o objetivo de identificar e espacializar as coberturas latossólicas da região de Monte Carmelo, procurando relacioná-las com suas posições topográficas, com especial enfoque nos interflúvios dos rios Bagagem, Perdizes e Dourados. Para isso foi elaborada a carta Hipsométrica no software QGIS 3.22.16, na escala 1:100.000, com classes em intervalos de 100 metros, a partir de imagens multiespectrais SRTM coletadas na plataforma USGS. Em um segundo momento, por fotointerpretação (fotopedologia) de imagens do Google Satélite, procedeu-se a vetorização das coberturas latossólicas, sobrepondo-as a carta Hipsométrica. Ainda foram organizados perfis topográficos para as áreas identificadas como coberturas latossólicas, também gerados no software QGIS por meio do complemento Profile Tool. Foram identificadas e espacializadas 09 áreas, sendo nomeadas por: Indianópolis, Água Emendada, Monte Carmelo, São Félix, Chapada de Minas, Perdizes Leste, Perdizes Sul, Castanha Norte e Castanha Sul. As coberturas de Indianópolis e Água Emendada se distribuem em topos tabulares com cotas de 900 a 1000 metros; Monte Carmelo, Perdizes Sul e Perdizes Leste localizam-se em superfícies de topo suavemente convexos em cotas que variam de 800 a 900 metros; por fim, São Félix, Chapada de Minas, Castanha Norte e Castanha Sul localizam-se em topos suavemente convexos em cotas de 700 a 800 metros. Observaram-se a ocorrência de coberturas latossólicas em ambos os domínios morfoestruturais da região do Alto Paranaíba. Entretanto, as coberturas de maior dimensão estão localizadas em cotas de 900 a 1000 metros nos topos tabulares da Bacia Sedimentar do Paraná (Indianópolis e Água Emendada). À medida que se dirige ao domínio da Faixa Brasília é notável a concentração das coberturas nos topos dos interflúvios, ficando rarefeitas conforme o distanciamento da Bacia Sedimentar. Complementa-se que as coberturas localizadas na Faixa Brasília posicionam-se em contas inferiores a 900 metros em relevos de topos suavemente convexos, com maior concentração nos topos dos interflúvios dos rios Bagagem e Perdizes (Monte Carmelo, São Félix e Chapada de Minas), e dos rios Perdizes e Dourados (Perdizes Leste e Sul, Castanha Norte e Sul). Isso indica que essas coberturas latossólicas derivam de distintos materiais de origem e que se desenvolveram em diferentes superfícies geomorfológicas. Os dados adquiridos até o momento possibilitaram a identificação e espacialização dessas coberturas, que passam na continuidade da pesquisa a serem descritas em trabalhos de campo, com coleta de materiais para análises laboratoriais de interesse físico, químico e mineralógico.

Palavras Chave

Hipsometria; Perfis Topográficos; Morfoestruturas; Superfícies Geomorfológicas.