51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EVOLUÇÃO PARAGENÉTICA DA MONTEBRASITA E BRASILIANITA DE PEGMATITOS LITINÍFEROS NA REGIÃO DE DIVINO DA LARANJEIRAS, BRASIL: IMPLICAÇÕES FÍSICO-QUÍMICA DURANTE O ESTÁGIO HIDROTERMAL

Texto do resumo

Pegmatitos ricos em fósforo são conhecidos por serem fontes de muitas variedades de minerais, influenciados pelas variações nas condições químicas e estruturas cristalinas. Esses minerais, abrange vários estágios de cristalização desde magmáticos até hidrotermais, e desempenham um papel crucial na compreensão da diferenciação dos pegmatitos através de correlações paragenéticas. Dentre os minerais fosfáticos, a solução sólida montebrasita-ambligonita [(Li,Na)Al(PO4)(F,OH)] possuem vários estágios de formação. Em estágios avançados, a brasilianista [NaAl3(PO4)2(OH)4] frequentemente se associa à montebrasita, devido à substituição do Na+ por Li+. Este estudo concentrou-se nas amostras de brasilianita associadas à montebrasita em pegmatitos da região de Divino das Laranjeiras, Brasil, com o objetivo de investigar os processos físico-químicos envolvidos em sua formação durante estágios hidrotermais. Para isso, empregou-se uma série de técnicas analíticas, incluindo Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Termogravimetria Derivada (DTG), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difração de Raio-X (DRX) em alta temperatura e Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDS). Os resultados revelaram altos teores de elementos incompatíveis, como Zn, Nb, Sn e Sb, e desvios em relação à composição ideal, como baixos teores de Al2O3 (7,28%) e altos valores de P2O5 e Na2O (10% e 15,5%, respectivamente). É provável que a formação da brasilianita tenha ocorrido em pegmatitos com elevado grau de diferenciação, a presença de inclusões sólidas como [(Sr,BaSO4)] e estroncianita [Sr,Ca(CO3)] na brasilianita pode estar relacionada com variações no pH do fluido. Os resultados sugerem que a brasilianita cristalizou em um processo hidrotermal a baixas temperaturas identificadas por picos exotérmico entre 260°C e 210°C, enquanto a instabilidades foram observadas entre 460°C e 680°C, com uma taxa de perda de peso de 9,957%, associada ao colapso total da estrutura cristalina, identificadas através de picos endotérmico, juntamente com a presença da fase da berlinita. Sugere-se que a montebrasita tenha se formado em um estágio hidrotermal tardio, em torno de 220°C observada por picos exotérmico, como um produto de alteração da brasilianita por processos de substituição de Li+ e lixiviação de Na+. A análise da estrutura cristalina mostrou uma expansão do volume da célula unitária e dos eixos cristalográficos a e b, essas alterações podem ser atribuídas a elevados teores de Si+4, que podem substituir o P+5 e Rb+ como compensador de carga.

Palavras Chave

Pegmatitos fosfáticos; temperatura de formação; processo de alteração; estabilidade.

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Meyriele Ribeiro Silva , Rubia Ribeiro Viana