51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ROCHAS GERADORAS DE PETRÓLEO DAS BACIAS DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA: VISÃO INTEGRADA E CORRELAÇÃO COM OS EVENTOS OCEÂNICOS ANÓXICOS GLOBAIS DO CRETÁCEO

Texto do resumo

A análise dos parâmetros geoquímicos de 17 poços de águas rasas e profundas nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, na Margem Equatorial Brasileira (MEB), identificou quatro principais rochas geradoras de petróleo para o Cretáceo (Eoaptiano, Neoaptiano-Eoalbiano, Neoalbiano-Eocenomaniano e Cenomaniano-Turoniano). Além disso, três dessas rochas geradoras estão relacionadas a eventos oceânicos anóxicos (EOA) globais do Cretáceo. Por meio da avaliação dos valores de Carbono Orgânico Total (COT), potencial gerador de hidrocarbonetos (S2), índice de hidrogênio (IH) e Temperatura Máxima (Tmax), foi possível analisar a quantidade de matéria orgânica, a qualidade e a maturidade térmica dessas rochas. Os resultados dos poços de águas rasas da Bacia Foz do Amazonas indicam duas excelentes rochas geradoras: as formações Cassiporé-Codó (Neoaptiano-Eoalbiano/EOA–1b), com COT de até 10% e dentro da janela de óleo; e a Formação Limoeiro (Neoalbiano-Eocenomaniano/EOA-1d) com COT de até 4,4%, ainda imatura. Além dessas, a Formação Limoeiro (Cenomaniano-Turoniano/EAO-2) apresenta COT de até 3,4%, também imatura. Em águas profundas e ultraprofundas, estas três rochas geradoras provavelmente estarão dentro da janela de geração de óleo e, eventualmente, de gás úmido e condensado. Nas bacias Pará-Maranhão e Barreirinhas, com dados apenas de poços de águas rasas, o Grupo Cajú (Neoalbiano-Eocenomaniano/EOA-1d) é a única rocha geradora identificada, com valores de COT de até 1,5%, no início da zona madura, porém, possivelmente dentro da janela de óleo ou gás úmido e condensado em águas profundas e ultraprofundas. As bacias do Ceará e Potiguar apresentam as melhores rochas geradoras do MEB: a Bacia do Ceará com as formações Mundaú e Paracuru e o Membro Uruburetama da Formação Ubarana, e a Bacia Potiguar com as formações Pendência, Alagamar e Quebradas. Os dados geoquímicos são provenientes de poços de águas profundas. As formações Mundaú e Pendência (Eoaptiano) possuem valores de COT de até 2,9%, estando dentro da janela de geração de óleo e, provavelmente, de gás úmido e condensado em águas ultraprofundas. As formações Paracurú e Alagamar (Neoaptiano-Eoalbiano/EOA–1b), com excelentes valores de COT de até 6,2% e 21%, respectivamente, estão ambas na janela de óleo, assim como na de gás úmido e condensado em águas ultraprofundas, provavelmente. O Membro Uruburetama e a Formação Quebradas (Cenomaniano-Turoniano/EOA-2) apresentam excelentes valores de COT de até 10% e 6,6%, respectivamente, ambos imaturos, mas certamente dentro da janela de óleo em águas ultraprofundas. Assim como nas bacias da Margem Equatorial Africana e na Bacia da Guiana-Suriname, as bacias da MEB têm boas a excelentes rochas geradoras do Cenomaniano-Turoniano, com valores máximos de COT de até 10%, embora ainda imaturas com base nos dados disponíveis. Contudo, acredita-se que em águas profundas/ultraprofundas das bacias do MEB, tais rochas geradoras estejam dentro da janela de geração de óleo, certamente.

Palavras Chave

Bacias da Margem Equatorial Brasileira; rochas geradoras do Cretáceo; eventos anóxicos oceânicos globais do Cretáceo; reservatórios turbidíticos de águas profundas/ultraprofundas

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Ediane Batista da Silva, Helio Jorge Portugal Severiano Ribeiro, Eliane Soares de Souza