51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EVOLUÇÃO TEMPORAL DOS SEGMENTOS DA MARGEM EQUATORIAL ATLÂNTICA

Texto do resumo

Neste trabalho descreve-se, à luz do preenchimento sedimentar, bem como o magmatismo e tectonismo que o acompanha, a formação da Margem Equatorial Atlântica, segmento que compreende o norte da América do Sul e a Margem Equatorial Brasileira.
A Margem Equatorial Atlântica desenvolveu-se após uma sucessão de eventos tectônicos diácronos, sob regime distensivo e cisalhante, ligados à formação do Oceano Atlântico Equatorial como consequência da quebra do Supercontinente Gondwana Ocidental. Por todo esse setor uma série de bacias sedimentares foram então formadas em dois segmentos distintos quanto à sua localização, cronologia e regime tectônico: a Margem Atlântica do Caribe (do Jurássico) e a Margem Equatorial Brasileira (do Cretáceo Inferior). Neste contexto, o segmento brasileiro é formado pelas bacias sedimentares Foz do Amazonas, Para-Maranhão, Barreirinhas, Ceara e Potiguar, enquanto o segmento do Caribe contém as bacias desde a Venezuela, Trinidad-Tobago, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, no limite com o Brasil.
As bacias assim formadas tiveram a influência de estruturas e terrenos diversos em área por demais extensa, de modo que se percebem diferenças sutis que devem refletir regimes estruturais transientes. Desse modo, mesmo com semelhanças no preenchimento litológico, existem mudanças estratigráficas importantes nos setores considerados.
Na Margem Equatorial Atlântica há registros de tectônica distensiva precoce decorrente da ruptura do Supercontinente Pangea. De fato, o rifteamento constatado ao longo da Margem Equatorial Atlântica gerou grabens continentais desde o Triássico, mas de evolução diacrônica. Como consequência, esse arranjo desenvolveu tratos sedimentares com importantes mudanças laterais de fácies, alta assimetria e geração de diversas discordâncias sin-deposicionais. De forma geral, sua evolução traça efetivamente o caminho da quebra do continente Gondwana Ocidental, a partir do setor NW em direção ESE, que culminou com a individualização da América do Sul e África, e a formação agora do oceano Atlântico Equatorial. A culminação dos eventos ora considerados propiciou um enorme potencial para a geração de hidrocarbonetos, tal a quantidade de bacias sedimentares evoluídas ao longo das margens Equatorial e Leste da América do Sul, e na correspondente africana. Nestes locais foram formados diferentes habitats para petróleo, que desde o início do século passado vem sendo ainda avaliados.
Diversos autores têm estudado a complexa evolução geológica da Margem Equatorial Atlântica, sobretudo na área norte da América do Sul e Caribe, e sua conexão com a Margem Equatorial Brasileira. Parece haver consenso sobre a cronologia dos eventos tectônicos atuantes bem como algumas feições fisiográficas formadas, como:
crosta oceânica jurássica entre América do Norte e África, golfo jurássico adjacente ao limite sudeste desse segmento e a presença de profuso magmatismo do Jurássico Inferior (CAMP) que precedeu sua formação e afetou a maior parte da área.

Palavras Chave

Margem Equatorial; Tectônica rúptil; fase rifte do Gondwana

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Delzio Lima Machado Jr, Glauco Braganca Dias da Silva, Elvio Matos Bulhoes