51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO DE RISCOS GEOLÓGICOS NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA AZUL – DOMINGOS MARTINS (ES)

Texto do resumo

O mapeamento de riscos desempenha um papel fundamental na identificação de áreas vulneráveis e na implementação de medidas de prevenção, mitigação e resposta a desastres. Este estudo visa contribuir com dados geológicos e geotécnicos para melhorar a segurança e sustentabilidade do Parque Estadual da Pedra Azul (PEPAZ), localizado no município de Domingos Martins-ES, analisando os riscos geológicos e propondo medidas de segurança. A tragédia no Lago de Furnas, que ocorreu em Capitólio-MG, destacou a importância dos mapeamentos de riscos, tornando-o uma prioridade em todas as regiões. Dessa forma, o presente estudo justifica-se pela necessidade de melhorar as condições de segurança e sustentabilidade das atividades turísticas no PEPAZ. O objetivo geral foi realizar o mapeamento geotécnico da área do PEPAZ e identificar os pontos de risco. Os objetivos específicos incluíram a caracterização geotécnica do maciço rochoso, a análise das trilhas, a proposição de melhorias e um plano de monitoramento anual. Foram realizadas visitas técnicas ao parque, coleta de amostras de rochas, e utilização de drones para mapeamento tridimensional da área. Análises em laboratório foram feitas para determinar a composição mineralógica das rochas. O mapeamento identificou diferentes tipos litológicos predominantes, com destaque para os granitóides. Nas áreas periféricas e nos picos mais elevados, o monzogranito prevalece, enquanto no centro do plúton, encontram-se porções de composição tonalítica e granodiorítica. Observou-se um sistema de fraturas predominantes nas direções NW-SE e NE-SW, ajudando na propagação de fraturas. A vegetação sobre o rochedo, juntamente com o processo de intemperismo químico, como a dissolução dos minerais pela água da chuva, contribui para a formação de depósitos de tálus. A esfoliação esferoidal é um fenômeno comum nas rochas do parque, especialmente em partes com diferentes composições químicas, levando à formação de blocos soltos. Durante a visita técnica, observou-se um bloco de tonalito que caiu em 1994, e que atualmente, está sendo gradualmente enterrado devido à ação da gravidade e à deposição de sedimentos, como é comum nas áreas com depósito de tálus. As trilhas apresentam riscos geológicos variados, exigindo medidas preventivas e de segurança. Recomenda-se a instalação de telas de proteção em partes com blocos soltos e o fechamento temporário das trilhas em condições climáticas adversas. Um plano de gestão de riscos deve ser elaborado, e a criação de um desvio em partes da trilha pode enriquecer a segurança e experiência dos visitantes nas áreas de risco de queda de novos blocos, promovendo a conservação do patrimônio natural e a continuação do geoturismo. A realização de placas de sinalização e história do contexto geológico ao PEPAZ pode auxiliar na conscientização e segurança dos visitantes. Os estudos estão sendo continuados, a fim de mapear com detalhes as áreas de risco de novos tombamentos de blocos e o raio de atingimento dos mesmos, para a elaboração de medidas mais eficazes.

Palavras Chave

Mapeamento de riscos; Segurança; Intemperismo químico; Fraturas; Geoturismo

Área

TEMA 03 - Risco Geológico, Geologia de Engenharia e Barragens

Autores/Proponentes

Myllena Moura Gonçalves, Eder Carlos Moreira, Leonardo Coelho Fabrino Filho, Eric José Cerqueira Gonçalves, Bernardo Luiz Campos Martins , Henrique Araújo Souza , Eduardo Alves Cassiano, John Anthony Fernandes Barbosa