51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

INCLUSÕES MINERAIS PERIDOTÍTICAS DOS DIAMANTES DE TEPEQUÉM (RORAIMA) REVELAM METASSOMATISMO NO MANTO PALEOPROTEROZOICO

Texto do resumo

Os diamantes aluvionares da Serra do Tepequém (RO) provêm de prováveis paleoplacers contidos em conglomerados da Formação Arai, Supergrupo Roraima, unidades metassedimentares paleoproterozoicas que recobrem o Grupo Surumu. Notavelmente, os conglomerados são temporal e litologicamente semelhantes aos do Supergrupo Espinhaço, da região de Diamantina. Este estudo tem como objetivo principal identificar e caracterizar micro inclusões minerais encontradas em três diamantes da Serra do Tepequém utilizando microtomografia de raios-X, microespectroscopias de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) e espectroscopia Raman. Os resultados de microtomografia foram obtidos na linha MOGNO do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Imagens de alta resolução foram geradas, objetivando o mapeamento tridimensional das inclusões, que facilita a identificação dos minerais de interesse. As análises microespectroscópicas foram geradas no Laboratório de Espectroscopia Ótica do Instituto de Física da UnB. Os resultados de FTIR permitiram a classificação dos diamantes de Tepequém como pertencentes ao tipo Iia, devido à ausência de nitrogênio. Esse tipo é muito raro, perfazendo somente 2 % dos diamantes existentes. As análises de Raman foram obtidas com o uso de laser de 633 nm e 17 mW, abrangendo a faixa espectral de 100-1280 cm-1. Para as três pedras investigadas, 16 inclusões foram identificadas nos três diamantes investigados. A fase mineral mais abundante é olivina forsterítica (Mg2SiO4; n = 12), caracterizada pelo típico dubleto em ~822 e 853 cm-1. A identificação de duas inclusões de granada foi possível pelos picos bem definidos em 144, 253, 280, 547 e 600 cm-1, que são acompanhados por picos discretos em 269, 280, 312, 343, 415, 676, 679, 863 e 970 cm-1. Possivelmente, a granada é majorítica (Mg3(Fe,Al,Si)2(SiO4)3), sugerindo origem super-profunda. Uma inclusão de anatásio foi observada por seus picos característicos em ~143, 398, 513 e 639 cm-1. A identificação desses minerais sugere que o manto paleoproterozoico abaixo da Serra do Tepequém possuia composição peridotítica. A presença de anatásio (TiO2), polimorfo de rutilo, indica metassomatismo promovido por líquido alcalino, provavelmente proto-kimberlítico. Alternativamente, pode indicar reciclagem de crosta oceânica relacionada a uma subducção com idade paleoproterozoica ou arqueana pelo fato desses diamantes estarem hospedados por conglomerados paleoproterozoicos.

Palavras Chave

inclusões em diamantes; Raman; FTIR; microtomografia; Tepequém

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Samuel Almeida, Tiago Jalowitzki, Fernanda Gervasoni, Daniel Grings Cedeño, Valmir Silva Souza, Ingrid Hoyer, Odara Luiza Marques, Marãna Iasmim Novais Ventura, Alexandre Silva Santos, Sebastião Willian Silva, Reinhardt Adolfo Fuck