Dados da Submissão

Título

MODELAGEM GEOLÓGICA 3D DO OVERBURDEN DE UM CAMPO DO PRÉ-SAL DA BACIA DE SANTOS PARA SIMULAÇÃO GEOMECÂNICA: UMA ABORDAGEM GEOSTATÍSTICA

Texto do resumo

Campos de petróleo com reservatórios no pré-sal nas bacias da margem leste brasileira possuem tipicamente espessuras de sal e pós-sal expressivos e que podem apresentar diversas ocorrências geomecânicas no processo de perfuração de poços, tais como influxo, prisões de coluna, arraste, perda de circulação etc, as quais impactam em tempo de sonda perdido, resultando no aumento do custo dos poços. Visando a mitigação de tais ocorrências, fez-se necessário melhorar o entendimento geológico nessas regiões e construir um modelo geológico do overburden mais detalhado, com uma representação mais coerente da distribuição de fácies e, consequentemente, suas propriedades mecânicas. Os modelos geológico e geomecânico resultantes têm como objetivo suportar as decisões para a campanha de perfuração de poços de um campo de pré-sal na Bacia de Santos. Para a construção do modelo geológico do sal e pós-sal foram utilizados os horizontes do fundo do mar, topos do Mioceno, Eoceno, Paleoceno, Cretaceo, Cenomaniano, Albiano, e sal, um horizonte interno ao sal e base do sal. Como dados de poço, foram utilizados os perfis de litologia, além dos perfis elétricos - raio gama, sônico, resistividade, densidade e neutrão. Com isso foi feita uma interpretação de marcadores para o topo da Fm. Itajaí-Açu (Cretaceo), Fm. Itanhaém (Cenomaniano), Fm. Guarujá (Albiano), Fm. Ariri (topo e base do sal). Para construção do grid foi feita uma malha estratigráfica para possibilitar a distribuição de fácies e as propriedades densidade, VP, VS, módulo de Young e coeficiente de Poisson com geoestatística. Em seguida foi feito upscale para um grid estruturado para simulação geomecânica. Como resultado, o modelo geológico 3D do overburden foi construído considerando as melhores práticas de modelagem geológica numérica. Em seguida, já na etapa do modelo geomecânico, que contempla desde o fundo do mar até o embasamento, este teve seu preenchimento complementado com propriedades de resistência e outros parâmetros que visam a inicialização do estado de tensões, sendo calibrado com medidas in situ. Ambos os modelos, geológico e geomecânico, servem de base para os projetos de perfuração dos novos poços, incluindo a obtenção das curvas de tensões in situ. Desta forma, com vista na mitigação de ocorrências geomecânicas durante a perfuração de poços e seu impacto no aumento dos custos, a inserção desta nova abordagem na construção dos modelos trará maior robustez, suportando a tomada de decisões no que se refere à trajetória de poços e parâmetros de perfuração. A mitigação de tais ocorrências, a partir de uma melhor compreensão e representação da geologia, como condicionante para a distribuição de propriedades mecânicas é um diferencial que implicará na redução dos custos de poços.

Palavras Chave

Modelagem Geológica; geomecânica; Geoestatística; Pós-sal