51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MODELOS VIRTUAIS DE AFLORAMENTO (MVA) DE FORMAÇÕES TURBIDÍTICAS DO GRUPO ITARARÉ, BORDA LESTE DA BACIA DO PARANÁ, SANTA CATARINA

Texto do resumo

Os modelos virtuais de afloramentos (MVA) são representações digitais tridimensionais de unidades litológicas e tem sido amplamente utilizados em estudos estratigráficos, deposicionais em bacias sedimentares, além da análise de falhas, dobras e fraturas. Os MVA representam um avanço do conhecimento geológico, científico e industrial em diversas áreas. Eles oferecem uma maneira eficaz, rápida e precisa de visualizar e analisar a complexidade das características geológicas em uma escala tridimensional.
Neste trabalho, são apresentados MVA de oito afloramentos de sistemas turbidíticos da Formação Taciba, (Grupo Itararé) em Santa Catarina. Essas exposições de idade permiana são consideradas análogos de reservatórios para hidrocarbonetos de leques submarinos, tendo elementos deposicionais (fácies e arquitetura) muito bem preservados que incluem arenitos, folhelhos, ritmitos, siltitos e níveis carbonáticos. O estudo dessas formações naturais envolve uma série de etapas como: coleta de dados em campo, processamento, interpretação e representação. Para isso a técnica de fotogrametria foi empregada para coleta de dados em campo usando drone (DJI Phantom 4 Pro V2) para a aquisição das imagens. Já nas etapas de modelagem e processamento foi utilizado os softwares Agisoft Metashape, Blender e Photoshop 2017.
A fotogrametria é a principal técnica utilizada que permite a reprodução de modelos 3D para análise de padrões de grande quantidade de dados precisos, que podem ser usados em diversas áreas da geologia, assim como na geotecnia, mapeamento de áreas de risco, exploração mineral e etc. A fotogrametria consiste em obter imagens de, no mínimo dois locais diferentes com diferentes ângulos, que produz coordenadas geométricas 3D dos pontos especificados, para gerar a “nuvem densa de pontos” e posteriormente modelo 3D e ortomosaico.
Como resultados, os modelos 3D gerados tiveram seus lineamentos, estruturas e camadas vetorizados, além das seções colunares sobrepostas as camadas facilitando assim a interpretação e entendimento sobre as estruturas. As imagens de ortomosaico e modelo 3D geradas em altíssima qualidade, aliado com a precisão centimétrica do drone foram essenciais para delimitar a estratigrafia de lugares muito altos e inacessíveis em um curto intervalo de tempo. Além disso, com os modelos 3D georreferenciados trazem a possibilidade de correlacionar as camadas dos afloramentos entre si, criando um grande perfil tridimensional de toda a região dos afloramentos.
Dessa forma, a utilização da aerofotogrametria permitiu uma melhor identificação de padrões de sedimentação para inferir a história geológica do Grupo Itararé. Fatores como, o cobrimento de áreas de difícil acessibilidade (paredes de penhascos e rodovias movimentadas), melhor correlação dos afloramentos com a seções colunares e a digitalização dos afloramentos em um banco de dados para possíveis futuros estudos sem a necessidade de se deslocar até o campo, são algumas das vantagens da técnica. Vale destacar que apesar dos benefícios, os MVA não substituem a ida à campo do geólogo, mas não deixa de ser uma importante ferramenta para consulta e pesquisa.

Palavras Chave

Turbiditos; Grupo Itararé; Fotogrametria; Aerofotogrametria digital.

Área

TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias

Autores/Proponentes

Lucas Trombelli Neves, Marivaldo dos Santos Nascimento