51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

TERRENOS TECTÔNICOS DA FAIXA RIBEIRA-ARAÇUAÍ NA REGIÃO ENTRE ERVÁLIA E ARAPONGA, LESTE DE MINAS GERAIS

Texto do resumo

A Faixa Ribeira compreende quatro terrenos tectono-estratigráficos: Ocidental, Paraíba do Sul, Oriental e Cabo Frio, onde os três primeiros foram amalgamados entre 620 e 580 Ma, com transporte tectônico para NW/W, em direção ao Craton São Francisco. A área de estudo situa-se no Terreno Ocidental da Faixa Ribeira, subdividido em dois domínios tectônicos: Andrelândia e Juiz de Fora. A pesquisa busca aprofundar o conhecimento geológico do Sistema Orogênico Araçuaí-Ribeira, a leste do Estado de Minas Gerais, caracterizando as unidades litoestratigráficas dos domínios Andrelândia e Juiz de Fora, sua evolução estrutural e petrográfica. Para tais objetivos, foi realizado tratamento dos dados geológicos coletados pela turma de graduação de Estágio de Campo II em 2019, incluindo o georreferenciamento do mapa geológico na escala 1:50.000 da área entre as cidades de Ervália, São Miguel do Anta, Canaã e Araponga (MG); confecção de estereogramas usando o software Orient e análise de lâminas petrográficas. O mapa geológico apresenta em sua porção central a Zona de Cisalhamento Abre Campo (ZCAC), de direção NNE e idade Brasiliana, limitando os Domínios Andrelândia (DA) e Juiz de Fora (DJF), o primeiro a oeste e o segundo a leste. O embasamento do DA é constituído por hornblenda-biotita gnaisses, biotita leucognaisses, rochas metaultramáficas e anfibolitos pertencentes ao Complexo Mantiqueira (CM). Sua sequência supracrustal é definida por biotita gnaisses bandados e granada-biotita gnaisses do Grupo Andrelândia (GA). Os ortognaisses do CM registram leucossomas anatéticos com hornblenda e por vezes ortopiroxênio, indicando zonas sob condições de fácies granulito. O metamorfismo Brasiliano, por sua vez, re-equilibra as condições PT para fácies anfibolito superior, com a geração de leucossomas ricos em hornblenda. A substituição da hornblenda marrom pela hornblenda esverdeada e por biotita ocorre durante a transposição da foliação original pela milonítica. Anfibolitos costumam desenvolver cristais euédricos de granada tardios ao evento milonítico. No DJF o embasamento é composto por ortogranulitos e metabasitos do Complexo Juiz de Fora (CJF), e a sequência supracrustal do GA engloba sillimanita-granada-biotita gnaisses, quartzitos micáceos, anfibolitos e rochas calcissilicáticas. Na porção nordeste da área, corpos de granada leucogranito e granada charnockito de idade neoproterozóica intrudem as rochas do DJF. O metamorfismo Brasiliano registrado no DJF apresenta pico metamórfico em fácies granulito, evidenciado pela presença de ortopiroxênios em ortogranulitos do CJF. O evento milonítico gera retrometamorfismo nesses granulitos para fácies anfibolito superior. Texturas miloníticas associadas a ZCAC foram observadas na área de estudo, sendo mais expressivas nas rochas do DJF. O DA apresenta foliações de baixo a médio ângulo de mergulho para ENE, dobras regionais com planos axiais inclinados e flancos invertidos, ambos mergulhando para ENE. As lineações de estiramento encontradas neste domínio possuem caimento para NE e SE. As foliações do DJF demonstram um sistema de dobras abertas a fechadas com flancos mergulhando para SE e NW. As lineações de estiramento deste domínio mostram caimento variando para NNE, E e SE, com movimentação variando de down-dip reverso a transcorrente/transpressivo, com vergência tectônica geral para NW, colocando as rochas do DJF sobre o DA.

Palavras Chave

Orógeno Ribeira-Araçuaí; Sutura; Proterozoico; Minas Gerais.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Breno Márcio Pacheco Ferreira da Silva, Rodrigo Yamaki Mitre, Luiz Guilherme Eirado, Miguel Tupinambá, Caroline de Araujo Peixoto, Vitalino Elizeu Ferreira do Carmo, André Campos Rocha Pinto