51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO

Texto do resumo

A preservação da Geodiversidade, enquanto síntese da paisagem a partir da vinculação entre processos geológicos, geomorfológicos, hidrológicos, edáficos e climáticos, é favorecida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), cujos mapeamentos representam um importante produto científico de caracterização, monitoramento e planejamento. No contexto recente, o estabelecimento do Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR) vem reunindo a comunidade geomorfológica em prol de avanços na estruturação da cartografia geomorfológica brasileira. Em paralelo, no âmbito operacional, os recursos e procedimentos metodológicos relacionados à Geomorfometria subsidiam aplicações para a modelagem e classificação do relevo, favorecendo processamentos parametrizados outrora restritos a critérios imprecisos de delimitação. Assim, o presente trabalho teve como objetivo elaborar um mapeamento geomorfológico amparado por técnicas de modelagem digital do relevo nas sete Unidades de Conservação (UCs) federais constantes no estado de Mato Grosso: Estação Ecológica de Taiamã; Estação Ecológica da Serra das Araras; Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia; Parque Nacional dos Campos Amazônicos; Parque Nacional da Chapada Dos Guimarães; Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense; Parque Nacional do Juruena. A classificação geomorfométrica teve como base o Modelo Digital de Elevação (MDE) Copernicus (30 metros de resolução espacial) para o cálculo dos atributos geomorfométricos derivados: declividade, amplitude altimétrica, Índice de Posição Topográfica (IPT) e curvaturas. Os atributos foram discretizados e resultaram em 15 padrões de relevo: Planícies aluvio-coluvionares; Planícies dissecadas; Planícies espraiadas aluvionares; Planícies espraiadas terraceadas; Planícies intercolinas; Baixadas; Colinas; Relevos aplanados; Cimeiras; Morros; Morrotes; Escarpas e morros elevados; Montanhas dissecadas; Montanhas elevadas; Patamares intermontanos. Estes padrões de relevo, posteriormente, foram subdividos em outras 18 classes de formas de vertente, resultantes da combinação entre o perfil de curvatura (vertentes divergentes, planares ou convergentes), plano de curvatura (vertentes côncavas, retilíneas ou convexas) e o IPT (compartimentação de áreas degradacionais e agradacionais). A Geodiversidade nas UCs de Mato Grosso foi evidenciada pelo mapeamento geomorfológico, cuja representatividade foi consoante à variabilidade litológica e os efeitos da erosão diferencial; à tectônica/neotectônica e os processos isostáticos decorrentes que, favorecidos pelos lineamentos e falhamentos, derivaram grabens, horsts e níveis de base regionais; às flutuações climáticas; ao processo de ocupação do território, em perspectiva geomorfológica atual. Mato Grosso é contemplado por porções cratônicas, antigos orógenos e bacias sedimentares, submetidas a paleoclimas que resultaram em paleosuperfícies poligenéticas, além das extensas planícies e megaleques fluviais, relevos residuais, planaltos dissecados e cimeiras preservadas na forma de chapadas.

Palavras Chave

Geomorfometria; Modelo Digital de Elevação; Geodiversidade; Cartografia geomorfológica

Área

TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação

Autores/Proponentes

Horiana Rodrigues Passamani, Ricardo Michael Pinheiro Silveira