51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GEODIVERSIDADE E A DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NA REGIÃO DA AMAZÔNIA LEGAL

Texto do resumo

Considerando a necessidade da temática geodiversidade aproximar-se de aplicações ecológicas no contexto da importância de estudos recentes colaborarem com critérios e base de conhecimento para conservação da natureza, combinando elementos da biodiversidade e da geodiversidade, este trabalho teve como objetivo levantar a diversidade espacial de elementos abióticos, como tipos de formações geológicas, geomorfológicas e pedológicas, os quais, sobrepostos compuseram o índice de geodiversidade para a região da Amazônia Legal. E com intuito de aproximar os resultados da distribuição espacial dos índices parciais e do índice de geodiversidade, seus resultados foram correlacionados com a biodiversidade da região, tendo como amostra a diversidade de anfíbios. Os índices parciais de geodiversidade, representados pelas diferentes formações geológicas, geomorfológicas e pedológicas, foram quantificados pela soma da quantidade de diferentes classes de cada elemento sobre uma grade hexagonal de tamanho de 500km e suas respectivas bases cartográficas poligonais na escala 1:250000. Os dados de biodiversidade foram representados pela base de ocorrências de anfíbios catalogadas no recorte de estudo até setembro do ano de 2022, por meio da plataforma GBIF Occurrences (Global Biodiversity Information Facility) e Plug-In GBIF for QGIs 3.8. Essa base de dados, com estrutura pontual, foi quantificada pela soma da quantidade de diferentes espécies sobre a referida grade hexagonal de tamanho de 500 km. Esse tamanho de grade foi escolhido devido a distribuição desigual de ocorrências dos dados de anfíbios para a região de estudo, que naturalmente possui limitações de acesso e portanto, grandes extensões de área podem não apresentar dados. Assim, foi possível aplicar sobre a referida grade, índices de diversidade para essa base de ocorrências de anfíbios, como Shannon, Simpson e Margalef, os quais puderam ser correlacionados com o índice de riqueza de geodiversidade, sobre a mesma grade. Para a correlação espacial entre os índice parciais de geodiversidade e da geodiversidade total  com os índices de diversidade para base de anfíbios, utilizou-se o software GeoDa, avaliando a  variabilidade e regressão espacial de acordo com a semelhança entre as células amostrais  hexagonais representadas pelo índice Local de Moran. O índice parcial de formações geológicas obteve, para a grade amostral, valores entre 4 até 79 classes, unidades geomorfológicas, valores entre 2 a 22 classes e compartimentos pedológicos entre 1 a 18 classes diferentes. Em caráter espacial, a diversidade geomorfológica e geológica melhor se assemelham, fato que esses elementos somados, contribuem para concentração espacial de algumas células amostrais de alta geodiversidade, a qual variou de 7 a 112 elementos. Após a espacialização dos índices de diversidade para os dados de ocorrências de anfíbios e posterior correlação com o índice de geodiversidade, obteve-se resultados para o índice Local de Moran positivos, mas muito próximo a zero, devido a heterogeneidade da distribuição de dados de anfíbios ao longo da área, comparado ao índice de geodiversidade que é produto de uma base cartográfica de dados contínua. E vale destacar algumas amostras que apresentaram correlação alta-alta e baixa-baixa entre a geodiversidade e a biodiversidade representada pelos anfíbios. Essas áreas merecem estudos futuros, sobretudo procurando integrar mais elementos da biodiversidade e em diferentes escalas cartográficas.

Palavras Chave

índice de diversidade; biodiversidade; elementos abióticos; Amazonia; GBIF.

Área

TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação

Autores/Proponentes

João Teobaldo Neto, Júlio Manoel França da Silva, Fernando César Manosso