51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

O COMPORTAMENTO DOS VOLÁTEIS, COMO CO2 E H2O NO MANTO: UM ESTUDO ATRAVÉS DA PETROLOGIA EXPERIMENTAL

Texto do resumo

Durante a subducção de uma placa oceânica, há a liberação de voláteis como C-O-H que interagem com manto e podem provocar processos metassomáticos, além disso, são capazes de gerar uma mineralogia hidratada e carbonática ou até mesmo serem inseridos em estruturas cristalinas de minerais nominalmente anidros, como olivinas e piroxênios. Com a intenção de verificar o comportamento do CO2 e H2O no manto, foram conduzidos 6 experimentos a 4,5GPa e temperaturas de 1000 e 1100°C utilizando-se uma Prensa 1000Tonf (Toroidal), com tempos de 48-72h. A amostra é constituída por uma mistura homogênea de um lherzolito, simulando o manto fértil (MPY) e um eclogito, simulando a placa oceânica subductada (GA1), na proporção MPY (80%) + GA1 (20%). Além disso, foi adicionado K2O para que atingisse um total de 3%. Foi adicionado o ácido oxálico (C2H2O4), que reage e libera 2CO2 e H2O em altas temperaturas, de forma que o CO2 fosse liberado em quantidades de 10%, 20% e 30%. Os experimentos foram analisados em Espectroscopia Raman e em Microssonda Eletrônica de Varredura (MEV). Como resultados iniciais, os experimentos apresentam uma mineralogia composta por olivina, diopsído e flogopita. Experimentos a 1000°C (10%CO2) apresentam a pargasita, enquanto que a antigorita surge com o aumento da temperatura nestas mesmas condições. Experimentos com maior quantidade de CO2 (20%) apresentam a enstatita nas mesmas condições de temperatura. Ainda, é possível identificar em análises de Espectroscopia Raman, picos característicos de presença de grupos OH- (≅3727 cm-1 e ≅3750 cm-1) em diopsídio, pargasita, flogopita, antigorita e olivina. Por fim, é possível notar que a presença de voláteis neste ambiente resulta no surgimento de minerais hidratados e na ocorrência moléculas como as pertecentes ao grupo OH- em estruturas de minerais nominalmente anidros, como é o caso de olivina e diopsídio. Já, CO2 deve entrar na fase fluida, tendo em vista a ausência de mineralogia carbonática ou líquidos carbonatíticos e a presença de porosidade primária. Diante disso, considerando sistema aberto, como é no planeta Terra, provavelmente o CO2 em grande quantidade migraria para outras regiões do manto, podendo ser liberado em momentos de rifteamento.

Palavras Chave

Voláteis; metassomatismo; Petrologia Experimental;

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Luísa Caon, Rommulo Vieira Conceição, David Shiguekazu Kanazawa, Daniela Kern Secchi, Gabriel Calzia Brose