51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

TAXAS DE PALEOEROSÃO E SEDIMENTAÇÃO NA AMAZÔNIA ORIENTAL: INFLUÊNCIAS DO TECTONISMO ANDINO E CLIMA NO CENOZÓICO TARDIO

Texto do resumo

Os efeitos das mudanças climáticas do final do Cenozóico e dos eventos tectônicos (formação de montanhas) e do clima no fluxo de sedimentos derivados dos Andes orientais exerceram papel crítico na evolução dos ecossistemas amazônicos, moldando a distribuição de áreas não inundadas (terra firme) e inundadas sazonalmente (várzea e igapó) e controlando o fornecimento de nutrientes aos ecossistemas de água doce e marinhos (e.g.Antonelli et al.,2009; Hoorn et al., 2019,). Os conjuntos de dados termocronológicos e paleo-altimétricos existentes sugerem que a elevação da superfície andina e as taxas de erosão de longo prazo variaram espacial e temporalmente do Oligoceno ao Mioceno. No entanto, as taxas de soerguimento e erosão desde o final do Mioceno até ao final do Pleistoceno, período-chave para o entendimento de mudanças paisagística e biótica da Amazônia, permanecem indefinidas devido aos registros sedimentares serem incompletos e às limitações das técnicas termocronológicas disponíveis, que não resolvem taxas de erosão em uma escala milenar. Alternativamente, métodos como o de Nuclídeos Cosmogênicos Terrestres (in situ), TCN, e o de Luminescência Opticamente Estimulada (OSL) tem emergido como ferramentas robustas capazes de recuperar taxas de erosão e de proveniência sedimentar, respectivamente, que integram a escala de tempo milenar. Assim, este projeto propõe-se a: (i) investigar os efeitos do tectonismo andino e das mudanças climáticas regionais nas taxas de paleoerosão e na proveniência dos sedimentos desde o leste dos Andes até suas bacias fronteiriças na Amazônia durante o Plioceno e Pleistoceno; e (ii) avaliar como essas erosões e os sinais de proveniência se propagam junto com o sistema fluvial amazônico, desde os Andes até a foz do rio Amazonas. Técnicas de TCN e OSL serão empregadas para: (i) determinar as idades de soterramento de depósitos sedimentares desde 5 Ma; (ii) restringir as taxas de paleoerosão e a proveniência dos sedimentos em depósitos bem datados (até 10 Ma) para estimar as taxas de erosão andina e a entrada e propagação de sedimentos nas planícies amazônicas através do tempo e do espaço; (iii) confrontar as histórias erosivas espaço-temporais com dados anteriores sobre a elevação andina e sobre as mudanças climáticas de longo prazo a fim de interpretar possíveis mecanismos causais de mudanças na paisagem nas planícies amazônicas.

Palavras Chave

nuclídeos cosmogênicos; Proveniência Sedimentar; datação por luminescência; sensibilidade OSL; evolução da paisagem

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

CAROLINA BARBOSA LEITE CRUZ, Priscila Emerich Souza, Anarda Luísa Sousa Simões, Gabriella Brandino Campos, Caio Breda, Renan Cassimiro Brito, Andre Oliveira Sawakuchi, Fabiano Nascimento Pupim