Dados da Submissão

Título

MAPEAMENTO GEOQUÍMICO NA REGIÃO OESTE DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO A PARTIR DE TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS DE SEDIMENTOS DE CORRENTE

Texto do resumo

O Quadrilátero Ferrífero, situado ao centro-sul de Minas Gerais, é provido de importantes depósitos minerais consolidados nos processos de concentração de elementos químicos na formação das rochas de idades Arqueanas e Paleoproterozoicas. A partir do levantamento geoquímico realizado pelo Serviço Geológico do Brasil, foi selecionada uma área de 3.000 km² a oeste do QF, com o objetivo de fornecer informações sobre indícios de recursos minerais, além de gerar informações para caracterizar a distribuição, dispersão e comportamento dos elementos químicos, interpretações de processos geológicos através do tratamento estatístico dos dados gerados por análises químicas de amostras de sedimentos de corrente em auxílio das técnicas univariada, bivariada e multivariada.
Foram coletadas 268 amostras de sedimentos de corrente, submetidas a análises físicas laboratoriais, digestão de água régia, métodos de Espectrometria de Emissão Atômica por Plasma de Acoplamento Indutivo e Espectrometria de Massa com Plasma de Acoplamento Indutivo, que identificaram 53 elementos. Na univariada, os dados foram examinados utilizando histogramas, gráficos box-plot, curvas de probabilidade normal e sumários estatísticos em relação à média crustal elementar. Na bivariada por gráficos de dispersão, matriz de correlação e análise pelo coeficiente de Spearman (dados não-paramétricos). Na multivariada, a análise fatorial gerada com os dados transformados pela razão log-centrada possibilita duas associações geoquímicas para cada fator em coeficiente positivo e outra com coeficiente negativo. Pelo método de rotação Varimax normalizado é aplicado o teste de Scree que gera os autovalores e gráfico, ao critério de Kaiser são considerados os autovalores acima de 1.
A análise fatorial evidencia 6 fatores de agrupamento de variáveis e 10 informações associativas representadas em mapas de dispersão por bacia de proveniência. O Fator 1 apresenta correlações positivas para ETR leves (Ce e La), L, Th, Y, Pb, U e Rb, elucida o padrão geoquímico da tendência trondhjemítica do Gnaisse Alberto Flores enriquecido em Rb e Ce. Correlações negativas para Cd, Sb, Au e As pode representar fases sulfetas e pela boa correlação entre Sb, Au e As, vir a indicar mineralizações. O Fator 2 com correlações negativas para Ba, P, Zn, Sr e Ca indica a presença de rochas carbonáticas na região do Complexo Bonfim e dos gnaisses e granitóides. O Fator 3 apresenta correlações positivas para K e Sr nos complexos granito-gnáissicos. As correlações negativas para Cu, In, V e Sc sobre o Gnaisse Fernão Dias e no Supergrupo Minas, pressuposto a presença de rochas máficas e ultramáficas. O Fator 4 em correlações positivas para Mn, Co e Ba tem distribuição no Supergrupo Minas e no Supergrupo Rio das Velhas, principalmente no contato a associar a atividade hidrotermal em áreas com presença de carbonatos e rochas máficas/ultramáficas. O Fator 5 mostra correlações positivas para Li, Cs, Mg e Rb nos complexos granitóides associados aos elementos incompatíveis, que podem estar relacionados aos minerais muscovita e k-feldspato, apresenta correlações negativas para Sb e Fe no Supergrupo Minas e Supergrupo Rio das Velhas, associado a extração de Fe e o antimônio faz parte da mineralogia sulfetada. O Fator 6 mostra correlações positivas para Sn e Tl, nas rochas dos complexos e no Supergrupo Rio das Velhas, com uma alta concentração no contato entre o Grupo Caraça e o Grupo Nova Lima; e correlações negativas para Cr e Ni.

Palavras Chave

Sensoriamento Remoto; Método Estatístico; métodos de análise multicritério; geoquímica em sedimento de corrente solo e água; Análise Geoambiental