Dados da Submissão
Título
CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DE BASALTOS DA REGIÃO DE LEME (SP) COMO ROCHA ORNAMENTAL
Texto do resumo
A Provínicia Magmática do Paraná é uma das maiores ocorrências de basaltos com origem continental do mundo, com cerca de 800 km³, que recobrem aproximadamente 75% da Bacia do Paraná. O basalto é uma rocha que possui grande diversidade de aplicações, dentre as quais destaca-se o maior volume de lavra para a produção de agregados usados na construção civil, sobretudo como brita. Nas duas últimas décadas parte dos finos gerados como subproduto da produção de brita, vem sendo gradativamente destinado ao uso como remineralizador de solos, visando recompor nutrientes em diversos tipos de cultivares (cana-de-açúcar, café, citros, uvas, soja, milho, sorgo entre outros). Um uso menor, mas bastante tradicional, é a aplicação como ornamentação e revestimento como calçada portuguesa, compondo pavimentos em exteriores de espaços privados e públicos (principalmente praças). Para atender esses usos são produzidos grandes volumes de material (centenas a milhares de toneladas), que, no entanto, estão condicionados a fatores locacionais e rigidez de mercado que reduzem o valor agregado e limitam os produtos a mercados circundantes às jazidas, geralmente num raio da ordem de 50 a 100 km dos polos produtores. Ressalta-se a diferença de valor agregado que o material pode apresentar, principalmente se comparado entre brita e ornamentação com a função de revestimento. No mercado de rochas ornamentais é conhecida a demanda por rochas de coloração escura, sendo o “Granito Negresco” e o “Granito São Gabriel” ótimos exemplos dessa demanda, os quais são materiais clássicos no mercado nacional e no exterior são destinados à arte funerária e outros usos especialmente nos mercados europeus. O Estado de São Paulo é o maior consumidor de rochas ornamentais do país, respondendo por cerca de 45% da demanda interna. Em números absolutos são 30,4 milhões de toneladas de chapas produzidos por São Paulo, que, no entanto, é apenas a décima quinta produção no ranking nacional, com um valor bruto de 80.000 toneladas. Neste trabalho considerou-se uma pedreira na região de Leme (SP), onde se produz brita a partir de basalto afanítico com coloração cinza escura, veios de quartzo e disjunções colunares verticais bastante proeminentes de ordem métrica a sub-métrica. A partir de análises petrográficas e testes de polimento em máquinas manuais verificou-se que o padrão estético resultante se apresenta homogêneo com cor preta e com brilho a redor de 80%, o que colocaria o material em condições de competir com materiais tradicionais do mercado. A caracterização tecnológica demonstra valores superiores ao referencial mínimo preconizado pelas normas ASTM (C 615) e ABNT (NBR 15844 de 07/2015). Os resultados preliminares demonstram que uma eventual aplicação como rocha ornamental e para revestimento com acabamento polido no formato de chapas, proporcionará aumento do valor agregado no produto. A real viabilidade para essa aplicação ainda depende de estudos para viabilidade de lavra e desdobramento em função das estruturas de disjunção colunar observadas na mina considerada.
Palavras Chave
Formação Serra Geral; Rocha Ornamental; Potencial Econômico.
Área
TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia
Autores/Proponentes
Vítor Luiz Pereira, Fabiano Cabañas Navarro, Carolina Del Roveri