51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE VULNERABILIDADE À CONTAMINAÇÃO DE ACORDO COM A PERMEABILIDADE DO AQUÍFERO

Texto do resumo

A cartografia de vulnerabilidade é de extrema importância, pois permite a identificação de áreas suscetíveis à contaminação, considerando os parâmetros naturais do aquífero. A análise da vulnerabilidade pode ser intrínseca, relacionada à susceptibilidade natural de um aquífero à contaminação, com base nas suas características geológicas e hidrogeológicas, independentemente da natureza dos contaminantes, ou específica, onde a susceptibilidade de um aquífero a um contaminante ou grupo de contaminantes é determinada por suas características (Vrba & Zaporozec,1994). Existem diversos métodos para avaliar a vulnerabilidade, e a escolha do método para uma determinada região depende das informações disponíveis e dos objetivos da avaliação. Neste contexto, o objetivo geral deste estudo é realizar uma revisão bibliográfica dos métodos de vulnerabilidade intrínseca com o propósito de identificar como sua aplicação varia de acordo com a permeabilidade do aquífero. Essa investigação visa auxiliar futuros trabalhos na tomada de decisão de acordo com as características da área de estudo. O procedimento iniciou-se com a consulta às referências bibliográficas sobre o conceito de vulnerabilidade intrínseca e específica, seguida pela identificação dos diversos métodos de vulnerabilidade. Foram analisados 60 métodos de vulnerabilidade, dos quais 21 são específicos e 30 intrínsecos, 9 métodos não foram classificados quanto ao tipo de vulnerabilidade. Dentro dos 30 métodos de vulnerabilidade intrínseca, foram identificados 22 métodos que podem ser utilizados diferenciando a permeabilidade do aquífero. Por exemplo, o método GALDIT (Chachadi & Lobo-Ferreira, 2005) é indicado para aquíferos costeiros, enquanto o SINTACS (Civita et al., 1990) é mais apropriado para aquíferos fissurais ou cársticos. Os métodos REKS (Malik & Svasta, 1999), PaPRIKa (Kavouri et al., 2011), Slovene Approach (Ravbar Ravbar & Goldscheider, 2007), COP (Vías et al., 2006), EPIK (Doerfliger & Zwalhen, 1997), PI (Goldscheider et al., 2000), KAVA (Biondic et al., 2021), IRISH (Daly & Drew, 1999) são recomendados para aquíferos cársticos, enquanto o VULFRAC (Fernandes, 2003), DISCO (Pochon et al., 2003) e Vulnerability assessment method (Lubianetzky et al., 2015) são mais adequados para aquíferos fissurais. Os métodos AVI (Van Stempvoort et al., 1993), GATNEK (Morais, 2016), GOD (Foster & Hirata, 1988), EKV (Auge, 1995) são preferenciais para aquíferos porosos, enquanto o DRASTIC (Aller et al., 1987), EPPNA (Plano Nacional da Água,1998 & Artuso et al., 2004), MAIA (Maia, 2011), RIVA (Vrouhakis et al., 2022) e GLA (Holting et al., 1995) são indicados para todos os tipos de aquíferos. Identificou-se a existência de oito métodos distintos para a avaliação de aquíferos cársticos, todos os quais incorporam pelo menos um parâmetro relacionado à morfologia cárstica em suas análises. Para os aquíferos fissurais, foram identificados três métodos, todos os quais consideram a intensidade de fraturamento ou as descontinuidades presentes nesses sistemas. Além disso, foram encontrados quatro métodos específicos de aquíferos porosos, sendo que apenas um deles leva em conta a granulometria desses aquíferos. Para otimizar a gestão dos recursos hídricos subterrâneos, a seleção do método de avaliação de vulnerabilidade deve ser cuidadosamente ponderada, levando em consideração as características hidrogeológicas da região e os dados disponíveis.

Palavras Chave

Hidrogeologia; mapeamento; Revisão Bibliográfica

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Alice Zupo, Rodrigo Sérgio de Paula, Paulo Galvão, Jorge Geraldo Roncato Junior, Jarbas Lima Dias Sampaio, Marília Carvalho de Melo