Dados da Submissão

Título

ESTRUTURAS DEFORMACIONAIS PROVOCADAS POR HALOCINESE EM DEPÓSITO DE SAL-GEMA: O CASO DA BACIA SERGIPE-ALAGOAS, NE DO BRASIL

Texto do resumo

O sal-gema explorado no Complexo Mineroquímico de Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete, Sergipe, destaca-se por ser uma das maiores explorações de fostato e potássio no mundo. Sua natureza geológica particular é conhecida e explorada desde os anos 70, tendo contribuído com o desenvolvimento econômico e evolutivo da Bacia Sergipe-Alagoas. Rochas evaporíticas (sal-gema) possuem particularidades geomecânicas, que ressaltam a importância de estudos em geologia estrutural, visto os acontecimentos recentes relativos à extração desordenada de sal-gema, como o caso da cidade de Maceió. A partir de amostras de furo de sondagem e descrições macroscópicas, o presente trabalho traz um reconhecimento e interpretação estrutural de feições deformacionais presentes em depósitos de sal-gema, em poço perfurado no município de São Cristóvão, Sergipe. A camada salina encontrada apresentou uma espessura total de 133,4 metros, dos quais intercalam-se halita, silvita e carnalita. Esta unidade é, de maneira geral, recoberta no topo e na base, por carbonatos e rochas híbridas entre carbonatos e siliciclásticas (folhelhos, calcilutitos). No topo, foi encontrada uma fácie anidrita/calcilutito, onde a rocha carbonática compõe uma matriz rochosa, de aspecto brechóide, constituída por nódulos de anidrita. A matriz carbonática possui deformações marcadas por dobras convolutas, coexistindo com nódulos de anidrita arredondados e, por vezes, fraturados. As camadas de silvita apresentam intercalações de folhelhos. Estes fragmentos de folhelhos apresentam laminação incipiente bem preservada, apesar de ocorrerem em dobras centimétricas e assimétricas, organizadas em anti e sinformes. Por vezes ocorrem falhas normais e inversas, associadas à dobras de arrasto. Nas silvitas com maior presença de folhelhos deformados, é possível identificar os cristais de sal-gema em mais de uma orientação indicando fases de recristalização diferenciadas. É possível notar variação de tamanho e forma dos mesmos indicando uma possível correlação com os intraclastos siliciclásticos no sal-gema. A carnalita apresenta intercalações com clastos carbonáticos, arrendondados, provavelmente calcilutito. Esta associação com carbonato chega a formar carnalita maciça, que garante uma cor alaranjada ao carbonato. Os carbonatos da base do testemunho apresentam associações de falhas normais e inversas, com presença de estruturas tipo graben. Deste modo, é possível caracterizar as estruturas observadas como fruto da halocinese, com ascensão da camada de sal através de planos de falha. Durante o processo, os cristais de sal-gema estariam susceptíveis a recristalizações/deformações, devido à sua facilidade de dissolução. Durante a ascenção, as brechas de falha, de composição siliciclástica a carbonáticas (folhelhos e calcilutitos) iriam sendo englobadas pelas camadas de sal, e sendo retrabalhadas quanto a forma.

Palavras Chave

Evaporitos; Bacia Sergipe-Alagoas; Tectônica de Sal; Halocinese; Sal-Gema