51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

A ESPECTROSCOPIA DE REFLETÂNCIA COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DA FÍSICA DA COR UTILIZANDO MINERAIS E PIGMENTOS SINTÉTICOS: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO DE EXTENSÃO CORES DO NORDESTE DA UFPE

Texto do resumo

Introdução: O projeto Cores do Nordeste da UFPE propõe o uso de pigmentos minerais e sintéticos para a produção de aquarelas artesanais, de forma que pigmentos e tintas sejam apresentados como recursos didáticos para o ensino interdisciplinar na Educação Básica e aplicações no campo das Artes Visuais. O principal público-alvo envolve docentes e estudantes de licenciatura de diversas áreas, bem como profissionais da área de Artes. Nos cursos ofertados pelo projeto, os fundamentos da espectroscopia de refletância são discutidos de forma acessível ao público leigo formado por artistas visuais, com a técnica sendo apresentada como uma ferramenta que permite melhor compreensão da composição dos pigmentos, suas cores, posição no círculo cromático e outros atributos como luminosidade. Objetivo: Utilizar pigmentos (minerais e sintéticos), tintas artesanais e espectroscopia de refletância para o ensino de Física da Cor e Teoria da Cor junto a profissionais e estudantes de Artes Visuais. Métodos: Foram realizadas análises de refletância com espectrorradiômetro ASD-FieldSpec 4 High Resolution Next Generation do Instituto Tecnológico Vale na faixa do visível (400 a 720 nm) para pigmentos minerais e sintéticos da coleção do Projeto Cores do Nordeste, bem como suas respectivas aquarelas. Resultados: A quantificação da resposta espectral mostra a diferença entre os pigmentos por meio do albedo (ou tonalidade do material) e composição química. Como exemplo, tem-se os pigmentos azul ultramar (Na(6-10)Al6Si6S(2-4)O24) e azul cobalto (CoO + Al2O3), onde ambos possuem pico de refletividade em 440-460 nm (faixa do azul), mas albedos diferentes, justificando o fato de que o azul cobalto possui menor albedo e tonalidade mais escura, e o ultramar possui albedo maior e tonalidade mais clara. O azul ultramar possui um segundo pico de refletividade na faixa do vermelho visível, o que explica esta cor no círculo cromático se direcionar ao vermelho. Outros exemplos são as respostas dos pigmentos verde malaquita (Cu2CO3(OH)2) e verde ftalo (C32H16CuN8Cl15) que possuem absorções geradas por processos de transição eletrônica em íons de cobre e pico de refletividade na faixa dos 500-550 nm (verde). A composição difere assim como o albedo, sendo o verde malaquita marcado por tonalidade mais clara (albedo maior) que o verde ftalo (albedo menor). Quando se comparam os espectros dos pigmentos e respectivas aquarelas, observa-se que há uma diminuição do albedo nos espectros em função da composição da tinta. Análises semelhantes foram feitas para pigmentos preparados com limonita, hematita e goethita a partir de rochas e solos coletados na Região Metropolitana do Recife. Conclusão: A utilização da espectroscopia de reflectância pode auxiliar no estudo da Física da Cor e Teoria da Cor complementando a formação de artistas e estudantes de Artes, uma vez que possibilita um melhor entendimento da natureza dos pigmentos tradicionalmente usados em pintura e do fenômeno da cor.

Palavras Chave

Física da Cor; Espectroscopia de Refletância; Albedo

Área

TEMA 01 - Geociências para a sociedade e Geoética

Autores/Proponentes

Clara Menezes Lira de Sá, Emannuel Felinto Ranon Julio Cesar Marinho, Sama Maddalon Ortiz, Emerson Fernandes Silva, Ana Paula Crispim do Nascimento, Rosa Elvira Correa Pabón, Ricardo Pereira, Thais Andressa Carrino