Dados da Submissão
Título
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA VAZÃO E O USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS NA REGIÃO CENTRAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DOS RIOS JEQUITAÍ E PACUÍ, NO NORTE DE MINAS
Texto do resumo
O monitoramento das vazões subterrâneas é crucial para os estudos hidrogeológicos. Uma gestão eficaz dos recursos hídricos é essencial para que autoridades e organizações entendam a disponibilidade e distribuição da água, garantindo um fornecimento adequado para várias necessidades, como consumo humano, agricultura, indústria, entre outros, um meio de garantir isso é através do estudo da vazão. Monitorar essas vazões ao longo do tempo ajuda a identificar extrações excessivas.
A área de estudo se concentra na bacia hidrográfica dos rios Jequitaí e Pacuí, situada ao norte de Minas Gerais. Esta região é conhecida por seu clima semiárido, caracterizado por chuvas escassas e irregulares. A bacia é uma parte crucial do Alto São Francisco e ocupa uma extensão de aproximadamente 25 mil km² e engloba 27 municípios, com foco particular na região central, que inclui localidades como Buritizeiro, Campo Azul, Coração de Jesus, Francisco Dumont, Jequitaí, Lagoa dos Patos e São João da Lagoa.
O objetivo deste estudo é analisar as vazões nesta região durante o período de 2005 a 2023 e investigar as variações nas vazões e sua relação e necessidade com o uso dos recursos hídricos na área. Para isso, foram coletados dados de outorgas do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) e da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), utilizando os softwares QGIS e Excel.
A análise dos dados revelou que o número de outorgas para captações subterrâneas (158) excede o das superficiais (26), indicando uma distribuição desigual dos recursos hídricos. De acordo com o CBHSF (2013), esta disparidade levanta preocupações, incluindo a possível escassez de água nos rios intermitentes e a busca individual por água para sustento e abastecimento. A maioria das captações subterrâneas estava destinada à dessedentação de animais (38,04%), além de serem utilizadas para irrigação (30,20%) e consumo humano (31,76%). Observou-se um aumento nas outorgas para captações subterrâneas ao longo do tempo. Em 2021, houve um aumento anual para dezesseis, e em 2022, o número atingiu o pico com trinta e oito outorgas. Entretanto, em 2021, o aumento das outorgas, quatro para quatorze, coincidiu com uma baixa vazão de água (19,02 m³/h). A maior vazão subterrânea foi registrada em 2017, com um valor de 61,1 m³/h, seguida por 2015 (59,6 m³/h).
Por fim, a análise das vazões revelam uma correlação direta entre o aumento das outorgas subterrâneas e as demandas da atividade agropecuária na região, principalmente para dessedentação de animais, consumo humano e irrigação. Apesar do aumento significativo das outorgas subterrâneas a partir de 2021, atingindo um pico em 2022, a maior vazão registrada não corresponde a este período, destacando uma complexidade nas interações entre as demandas humanas e as variações da natureza. Embora as vazões superficiais tenham apresentado aumentos em anos específicos, indicando possíveis fenômenos pluviométricos, o crescimento das outorgas subterrâneas mostra a necessidade de soluções alternativas para enfrentar a escassez de água na região.
Palavras Chave
Vazão; sustentabilidade; Hidrogeologia; Escassez.
Área
TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais
Autores/Proponentes
Vitória Gomes Macêdo, Rodrigo Sérgio De Paula, Paulo Galvão, Bruno Pandolf Ladeira