51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DO LINEAMENTO CAETÉ: UM LINEAMENTO AZIMUTE 120º NO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MINAS GERAIS

Texto do resumo

Em Minas Gerais, o Enxame de Diques Pará de Minas possui orientação N120E e é conhecido como Lineamento Azimute 120°. Segundo a literatura, alguns diques atingem extensões superiores a 1000 km, espessuras da ordem de 100 m e são de idade Estateriana. Ao sul do cráton São Francisco, onde os diques Pará de Minas estão expostos, eles exibem textura ígnea e no limite do cráton apresentam uma foliação de borda decorrente do tectonismo Brasiliano. No QFe, o enxame de diques máficos da Suíte Catas Altas da Noruega e diques de rochas ultramáficas da Suíte Santa Rita de Ouro Preto, ambas correlativas aos diques de Pará de Minas, exibem uma foliação de cisalhamento desenvolvida pela tectônica Brasiliana decorrente do encurtamento E-W. Sete Lineamentos Az 120° desse enxame de diques Pará de Minas atingem o substrato do Quadrilátero Ferrífero sendo, informalmente, denominados de: Lineamento Congonhas, Brumadinho, Passagem de Mariana, Fundão, Caeté, João Monlevade e Itabira. A expressão magnetométrica desses lineamentos é bem definida nos complexos metamórficos e bastante difusa nas sequências supracrustais. Entretanto, a interferência na orientação das camadas sendo rotacionadas para a direção 120°, é perceptível ao longo dos Lineamentos Az 120°. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a natureza, a geometria, o estilo estrutural da zona de dano do Lineamento Caeté nas coberturas dos supergrupos Minas e Espinhaço na região da Serra das Cambotas, de modo a contribuir para o entendimento do fluxo de fluidos hidrotermais na formação dos depósitos minerais do QFe. O levantamento de dados estruturais em torno do Lineamento Caeté foi realizado ao longo de seções transversais em escala 1:10.000 na região da Serra das Cambotas e Serra do Garimpo em Barão de Cocais. A expressão do Lineamento Caeté nas rochas dos supergrupos Minas e Espinhaço e nas intrusões máficas se dá pela manifestação de um conjunto de estruturas dúcteis-rúpteis a rúpteis de várias direções que se ajustam às orientações das estruturas de um sistema Riedel. As estruturas mais comuns na área de estudos são: sistemas de dobras, fraturas e veios de quartzo, falhas, zonas de cisalhamento e foliação de cisalhamento nos diques máficos. 1) As dobras cartografadas apresentam dimensões decamétricas a hectométricas de amplitude métrica a decamétrica com eixos nas direções N150-130E e N70-50E com caimentos suave a moderado para SE e NE e simetria ortorrômbica; 2) Sistema de Fraturas nas direções N40-50E e N85-100E apresentam cinemáticas superpostas sinistrais e dextrais; 3) A norte da Serra das Cambotas predominam sistemas de veios de quartzo subverticais de direção N30E com foliação interna de cisalhamento de componente dextral. São seccionados por um conjunto fraturas de direção N80-100E que deslocam os veios com componente sinistral; 4) Falhas subverticais de extensão quilométrica de direção N120E e cinemática sinistral seccionam as serras do Garimpo e Cambotas; 5) Localmente, foram observadas zonas de cisalhamento de direção N120E apresentando cinemática dextral além de diques máficos orientados na direção N120E apresentando foliação s/c sub-vertical e cinemáticas superpostas sinistral e dextral. O acervo de estruturas levantado na região das serras das Cambotas e do Garimpo é consistente como a manifestação de um sistema Riedel com plano de fluxo (plano D ou Y ancorado no lineamento Caeté) orientado segundo a direção N120E com cinemáticas superpostas sendo a dextral sobre a sinistral.

Palavras Chave

Quadrilátero Ferrífero; Enxame de Diques Pará de Minas; Lineamento Az 125º; Serra das Cambotas; Sistema Riedel.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Scarlety Ellen Patrocinio Santos, Lucas Medeiros da Silveira, Issamu Endo