Dados da Submissão

Título

COPRODUTOS DA MINERAÇÃO DE FERRO EM CARAJÁS: POTENCIAL DO PÓ DE BASALTO COMO FONTE DE NUTRIENTES PARA AS PLANTAS

Texto do resumo

A mineração de ferro (Fe) gera quantidades significativas de basalto triturado na Província Mineral de Carajás (PMC), no norte do Brasil. Esse material pode ter propriedades interessantes para uso como remineralizador no solo, incluindo teores altos de nutrientes de plantas, o que demanda estudos para uma caracterização aprofundada das suas propriedades. O objetivo desse estudo foi caracterizar as propriedades químicas do pó de basalto produzido na PMC, visando subsidiar o uso desse material como remineralizador de solos. As amostras de rocha foram coletadas no entorno de áreas de mineração de Fe em Carajás, trituradas em laboratório e peneiradas (0,3 mm). Após isso, foram analisados: i) o potencial hidrogeniônico (pH) de abrasão; ii) os teores de óxidos de cálcio (CaO), magnésio (MgO), potássio (K2O), fósforo (P2O5) e silício (SiO2); iii) as concentrações totais dos nutrientes boro (B), cobre (Cu), Fe, manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni), enxofre (S), e zinco (Zn), bem como dos elementos benéficos cobalto (Co) e selênio (Se); e iv) as concentrações totais de arsênio (As), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), e chumbo (Pb), que são considerados elementos potencialmente tóxicos (EPTs). Os resultados foram comparados com os valores definidos pela instrução normativa nº 5 de 2016, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil. Os teores de CaO, K2O e MgO foram de 6,12, 1,46 e 6,69%, respectivamente, resultando em soma de bases de 14,27%, o que está acima do valor mínimo (9%) estabelecido pela legislação e pode estar contribuindo com o alto pH de abrasão observado (7,21). As concentrações dos nutrientes Fe, Mn e Ni também estão acima dos valores exigidos pela legislação, correspondendo a 8,88, 0,24 e 0,01%, respectivamente. As concentrações de EPTs estão abaixo dos limites definidos pela legislação brasileira, com 0,05, 2,37, 7,50 e 98,80 ppm para Hg, Cd, As e Pb, respectivamente, indicando baixo potencial de contaminação. Os resultados desse estudo indicam que o pó de basalto produzido na PMC tem potencial para fornecer vários nutrientes para as plantas, principalmente macronutrientes como Ca, K e Mg e micronutrientes como Fe, Mn e Ni.

Palavras Chave

subproduto de mina; exploração mineral; remineralização do solo; fertilidade do solo; Amazônia brasileira