51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Caracterização Mineralógica e Química de Minério Grafítico

Texto do resumo

O grafite, um composto natural de carbono, apresenta-se como uma estrutura hexagonal composta por átomos de carbono. A sua utilização vem de períodos antigos, e sua presença na natureza se manifesta em diferentes formas, como grafite amorfo, em flocos e em veios cristalinos, cada uma possuindo características únicas tanto em termos físicos quanto químicos. A sua versatilidade confere-lhe uma grande relevância, sendo amplamente empregado em variados setores industriais. A caracterização do minério de grafite desempenha um papel importante na otimização dos processos produtivos, assegurando a qualidade dos produtos finais e explorando suas aplicações específicas em diversas áreas industriais, o que se traduz em benefícios significativos de ordem econômica, ambiental e tecnológica. Nesse contexto, a pesquisa tem como objetivo caracterizar uma amostra de minério via fluorescência de raios X (FRX) e difratometria de raios X (DRX). As informações fornecidas por ambas as técnicas são complementares e interdependentes, revelando uma correlação significativa entre elas. Para obter uma amostra representativa, o minério foi preparado seguindo procedimentos padronizados de cominuição, homogeneização, quarteamento e pulverização. Para determinação da cristalinidade, grau de grafitização e temperatura de formação dos flakes, utilizou-se um processo de concentração do material pulverizado que preconiza a hidrofobicidade natural da grafita. Este concentrado flutuado foi analisado por DRX com a inserção de padrão de Si metálico para o correto posicionamento do difratograma. Os resultados da análise química indicaram que a amostra era composta principalmente por silício (SiO2) com 65,7%, alumínio (Al2O3) com 13,7%, ferro (Fe2O3) com 2,79% e potássio (K2O) com 2,18%, enquanto os demais elementos estavam presentes em teores inferiores a 1%. Além disso, constatou-se um teor de carbono grafítico de 9,4%. Por outro lado, a análise mineralógica via DRX com refinamento de Rietveld revelou que a amostra era composta majoritariamente por quartzo (68,7%), seguido por muscovita (10,8%), caulinita (9,8%) e grafita (10,7%). Os resultados de cristalinidade revelam que a amostra apresenta tamanho de cristalito de 471,3 ± 49,5 Å, grau de grafitização de 104,8 com estimativa de temperatura de formação de 615,2ºC. Com base nos resultados, observa-se convergência entre a temperatura de formação estimada para as grafitas com a paragênese mineralógica observada na amostra. Além disso, esses resultados evidenciam uma correlação direta entre os dados obtidos pelas duas técnicas, FRX e DRX. A presença de silício, alumínio e ferro identificados na análise química pode ser correlacionada com os minerais quartzo, muscovita e caulinita identificados na análise mineralógica, respectivamente. Além disso, a presença significativa de carbono grafítico na análise química é confirmada pela presença de grafita na análise mineralógica. Essa correlação entre as análises química e mineralógica é fundamental para uma caracterização completa e precisa da amostra. Enquanto a análise química fornece informações sobre os elementos presentes e suas proporções, a análise mineralógica revela os minerais que compõem a amostra e sua distribuição relativa. Juntas, essas técnicas oferecem uma compreensão detalhada da composição do material, auxiliando na sua identificação, classificação e aplicação em diferentes áreas industriais.

Palavras Chave

Difração de raios X; Fluorescência de raios X; Grafita; caracterização

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Edileny Rocha Paula, Christopher Rocha de Rezende, Vitória Marina Pereira Perboni, Gabriela Alves Lacerda, Luís Alberto Silva, Angélica Cristina Martins Silva, Gabriel Carmo Moreira, Thamires Emanuelle Gonzaga, André Luis Pimenta de Faria