51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AS FORMAÇÕES SUPERFICIAIS ARENOSAS SOBRE SILTITOS-ARGILITOS DA FM. CORUMBATAÍ (DEPRESSÃO PERIFÉRICA PAULISTA)

Texto do resumo

As formações superficiais são testemunhos dos processos e evolução dos materiais organizados nas vertentes. Resultantes do intemperismo das rochas e retrabalhados por processos pedogenéticos e geomorfológicos, seu estudo é fundamental para reconstrução da história das paisagens. Na Zona do Médio Tietê da província Depressão Periférica Paulista (município de Rio Claro) são comuns a presença de materiais arenosos quartzosos recobrindo colinas com topos aplainados e encostas convexas subnivelados no intervalo de 600–700 m. Geologicamente, a área de estudo está associada a Formação Corumbataí compreendida na Supersequência Gondwana I da Bacia do Paraná. Ainda há uma limitação na compreensão total dos aspectos da paisagem nesta área, especialmente quando se trata dos produtos gerados a partir de sua evolução. As características complexas das formações superficiais parecem estar intimamente ligadas às pequenas depressões topográficas isoladas que se formaram nas posições interfluviais das bacias hidrográficas. Recobrindo os sedimentos silto-argilosos com delgadas lentes arenosas da Fm. Corumbataí desenvolvem-se solos extremamente arenosos e quartzosos que ocupam os topos e terço superior das encostas. São materiais que evoluem com tendência nítida a esqueletização possivelmente resultantes de desequilíbrios estruturais e geoquímicos impulsionados pela drenagem interna lateral em direção à depressão topográfica. Os estudos conduzidos na região não visaram correlacionar a filiação genética com o substrato rochoso ou a evolução dos materiais de cobertura no entorno das depressões topográficas, que pode indicar desequilíbrios da cobertura superficial associados ao paleoclima e/ou tectônica. Entender o desenvolvimento das formações superficiais permite reconstruir processos de longo prazo de evolução da paisagem e de controle ambiental associado com retenção hídrica, estoque de carbono, biodiversidade e erosão. A presente pesquisa visa compreender a origem e evolução dos materiais de cobertura que recobrem os topos aplainados no entorno de pequena depressão topográfica isolada. Estudo morfológico de amostras de solo e rocha coletadas por tradagem em quatro pontos representativos ao longo de encosta foram utilizadas para identificar variações laterais da cobertura pedológica. Posteriormente, foi realizada a caracterização química e mineralógica utilizando fluorescência de raios-x (FRX) e difratometria de raios-x para a fração total e fração fina orientada (argilominerais). Os valores da composição química total, obtidos por FRX, foram convertidos em óxidos para calcular o índice químico de alteração (CIA), de intemperismo (CIW), índice de dessilicação (DI) e de alteração mineralógica (MIA). A análise de microtexturas dos grãos de quartzo realizadas em microscópio eletrônico de varredura (MEV) favoreceu nas interpretações associadas ao ambiente deposicional do material de origem dos solos analisados. Os resultados obtidos por esse estudo pontual visou ampliar o conhecimento sobre a gênese dos materiais de cobertura no entorno das pequenas depressões da Depressão Periférica Paulista e colaborar com a investigação sobre a dinâmica da paisagem tropical. Apesar dos avanços, algumas etapas do trabalho ainda não foram concluídas. As análises contribuirão para melhor caracterizar e diferenciar as coberturas, interpretar sua gênese e evolução, estágio de intemperismo e, portanto, sua potencialidade e vulnerabilidade para usos múltiplos.

Palavras Chave

Solos arenosos; Paisagem tropical; Cobertura pedológica

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Vanessa Silva dos Santos, Vania Rosolen