Dados da Submissão
Título
AVALIAÇÃO DA MISTURA DE PÓ DE BASALTO, FOLHELHO E CALCÁRIO DOLOMÍTICO EM LATOSSOLO INCUBADO E DINÂMICA DA LIBERAÇÃO DE NUTRIENTES
Texto do resumo
Introdução: A remineralização é uma técnica de manejo que contribui no aumento da fertilidade do solo sem afetar o equilíbrio ambiental, sendo complementar a outras estratégias agrícolas para reduzir o uso de fertilizantes químicos. No entanto, há uma carência de informações sobre o processo de dissolução mineral dos remineralizadores e posterior liberação de nutrientes ao solo. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial da mistura de pó de basalto (50%) e pó de folhelho com frações de calcário dolomítico (50%) em alterar os atributos químicos de um Latossolo. O estudo também visa caracterizar as feições de alteração na superfície de minerais do pó de rocha. Materiais e métodos: Os estéril e subproduto testados são provenientes de minerações que exploram bens minerais como calcário dolomítico e basalto, das Formações Irati e Serra Geral (Bacia do Paraná), e estão localizadas no município de Rio Claro - SP. O experimento foi conduzido em vasos e envolveu cinco tratamentos: controle (solo), SF60 (solo + filler, 15 t.ha-1), SF80 (solo + filler, 20 t.ha-1), SP60 (solo + pó, 15 t.ha-1) e SP80 (solo + pó, 20 t.ha-1), com três repetições (exceto controle) que resultaram em 13 vasos. As doses são compatíveis com as recomendações para Latossolos, uma vez que não foi testada nenhuma cultura. Grãos de calcário e basalto (2 – 3 mm) foram acomodados em mesh-bags e adicionados aos vasos SP80. Aos 6 e 12 meses após implementação do experimento, o solo foi coletado para avaliação de fertilidade, e os grãos, para análise das alterações composicionais. As análises químicas foram efetuadas por meio de FRX e ICP-MS e mineralógicas mediante DRX e MEV-EDS. O material lixiviado dos vasos foi avaliado via ICP-OES mensalmente durante o período de 10 meses. Para análise de dados, utilizou-se o software IBM SPSS Statistics 23. Resultados: A aplicação do remineralizador resultou em efeitos positivos ao solo, diminuindo a acidez e a saturação por alumínio. Houve aumento nos teores totais disponíveis de cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), ferro (Fe) e manganês (Mn), o que contribuí para elevação da saturação de bases e capacidade de troca catiônica (CTC). Em análises dos lixiviados, a liberação de nutrientes como potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) foi superior diante do controle, o que evidencia a disponibilidade para as plantas e o efeito residual com liberação gradual dos componentes. Esses elementos são lixiviados de minerais como feldspatos potássicos, muscovita, labradorita, dolomita e augita. Os conteúdos de silício (Si) e alumínio (Al) foram semelhantes ao controle, indicativo que permanecem no solo. Na superfície de ambos os grãos, calcário e basalto, houve a formação de películas de caulinita e goethita, o que reflete a dissolução de minerais primários como labradorita e augita. O alumínio dissolvido dos silicatos é precipitado como composto de baixa cristalinidade e sua fonte também pode ser o latossolo, classificado como caulinítico. Outros minerais foram precipitados nos fragmentos, como calcita e anatásio, indicando a mobilização de cálcio (Ca) e titânio (Ti). Conclusão: O remineralizador testado foi capaz de promover melhorias ao latossolo, principalmente na disponibilidade de macronutrientes secundários. Para o cadastro como produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) são necessários testes agronômicos com diferentes dosagens das rochas avaliadas.
Palavras Chave
REMINERALIZADOR; DISSOLUÇÃO; FERTILIZANTES; NUTRIENTES;
Área
TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia
Autores/Proponentes
Luís Felipe Bruno Locatelli, Nicole Mello Morais, Kenzo Nakamura, José Carlos Gaspar, Vania Silvia Rosolen