51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

A CONTRIBUIÇÃO DE ALBERTO LAMEGO AO ACERVO DO MUSEU DE CIÊNCIAS DA TERRA: A COLEÇÃO DE ROCHAS DO ESTADO DA GUANABARA

Texto do resumo

O antigo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB) teve sua criação em 1907, em um endereço situado na Rua da Quitanda, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Em 1908, ocorreu sua mudança para um icônico edifício, no bairro da Urca. Desde a sua criação, nomes significativos para o pioneirismo da história da geologia brasileira trabalharam no SGMB, dentre eles Alberto Ribeiro Lamego. Alberto Lamego possui inúmeros trabalhos sobre a geologia e recursos minerais do Estado do Rio de Janeiro, sendo pioneiro na utilização da fotointerpretação como ferramenta para o mapeamento geológico no país. Entre 1944 e 1963 publicou os livros: "O Homem e o Brejo", "O Homem e a Restinga", "O Homem e a Guanabara" e "O Homem e a Serra". A partir de 1920, Lamego passou a integrar o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, absorvido pelo antigo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), em 1934, e cuja coleção de rochas, minerais e meteoritos atualmente pertence à gestão do Serviço Geológico do Brasil – CPRM. Essa coleção, composta de várias sub coleções, perfaz parte do acervo do Museu de Ciências da Terra (MCTER), criado em 1992. Lamego contribuiu com a formação de várias dessas sub coleções dentro da coleção principal, por décadas, inclusive sendo chefe da Divisão de Geologia e Mineralogia, entre os anos de 1951 a 1961, no DNPM. O objetivo principal do estudo aqui apresentado foi redescobrir e sistematizar, no acervo do MCTER, os dados de pesquisa obtidos por Lamego, na coleção pertencente ao antigo estado da Guanabara. Ao longo dos anos de trabalho no SGMB e DNPM, Alberto Lamego coletou trinta e uma amostras no estado da Guanabara, atual município do Rio de Janeiro. Ao todo, foram sete amostras na Zona Norte (quatro no bairro do Alto da Boa Vista, uma em Bonsucesso, uma em São Cristóvão e uma na Tijuca); quatorze amostras na Zona Sul (três amostras nos bairros do Leblon e Urca cada, duas na Lagoa Rodrigo de Freitas, uma no Arquipélago das Cagarras, uma na Gávea, uma no Humaitá, uma em Ipanema, uma no Jardim Botânico e uma em Santa Teresa); cinco amostras na Zona Oeste (duas em Bangu, uma em Santa Cruz, uma em Senador Vasconcelos e uma no Tanque); e cinco amostras em dois limites do município do Rio de Janeiro com a Região Metropolitana (três situadas no município de Nova Iguaçu e duas no município de Niterói). Os litotipos amostrados evidenciam a geodiversidade do município do Rio de Janeiro, com uma distribuição de sillimanita granada gnaisses, ora biotita gnaisses apenas, migmatitos, foiaítos, tinguaítos, diques de diabásio e fonolitos, pegmatitos, quartzo-dioritos, brechas vulcânicas e sodalita sienitos. A obtenção desses dados, agrupados em uma tabela por bairros da cidade do Rio de Janeiro e litologias correspondentes, foi facilitada pela criação de um sistema de catalogação próprio, feito em uma parceria do Museu de Ciências da Terra com a Divisão de Geoprocessamento do Serviço Geológico do Brasil. Através da catalogação e sistematização dos dados, numa contribuição à geoconservação ex situ, pôde-se trazer à luz dos dias atuais a abrangência do trabalho e dos diversos campos de pesquisa contemplados por esse pioneiro das geociências. Além disso, foi possível reconstituir os caminhos percorridos no mapeamento geológico do estado da Guanabara e sua geodiversidade, possibilitando que novos pesquisadores e estudantes tenham acesso a essa coleção de rochas, através da disponibilização dos dados pelo Museu de Ciências da Terra.

Palavras Chave

Geoconservação; museu; coleção

Área

TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação

Autores/Proponentes

ADRIANA GOMES DE SOUZA, THAÍS JUNQUEIRA DE ALMEIDA, MILENA RAMOS DA SILVA DUARTE, RAFAEL DE FREITAS VERÍSSIMO