Dados da Submissão

Título

BALANÇO METASSOMÁTICO E DEFORMAÇÃO DE PEGMATITOS LITINÍFEROS EM SISTEMAS MINERAIS ABERTOS

Texto do resumo

Pegmatitos são amplamente reconhecidos como o produto de crescimento de cristais em um ambiente rico em fluidos, elementos fundentes e incompatíveis, acumulados após fracionamento extremo de um magma granítico. Tais magmas fracionados são responsáveis pelas texturas magmáticas típicas de pegmatitos e a perda de fluidos exsolvidos por second boiling provoca alterações metassomáticas nas rochas encaixantes aos diques pegmatíticos. Entretanto, pegmatitos consolidados possuem raros registros da concentração de fluidos exsolvidos em qualquer momento de sua cristalização, com volumes na ordem de 1‒5 wt%. Parte dos fluidos perdidos interagem com encaixantes no contato imediato dos pegmatitos, permitindo estimar valores mínimos de adição ou perda de água e elementos maiores Tais estimativas são fundamentais para testar modelos conceituais sobre os mecanismos de cristalização de pegmatitos. Nesta contribuição buscou-se definir as propriedades gerais de alteração metassomática de rochas anfibolíticas devido a fluidos perdidos por uma intrusão pegmatítica litinífera (Complexo de Volta Grande, Cinturão Mineiro, MG). Análises geoquímicas de rocha total de anfibolitos alterados e anfibolitos “primários”, incluindo elementos maiores e elementos traços em conjuntos amostrais específicos foram utilizadas em conjunto à análise estrutural e microestrutural da deformação associada ao metassomatismo. Anfibolitos no contato formam uma dispersão para altas concentrações de K e Li, a partir de composições iniciais. Conjuntos de análises independentes apontam para imobilidade de Al, Ti, P. A razão de concentração desses elementos agrupa-se em razões de deformações volumétricas entre 0.9 e 1.0. Para este cenário de perda de massa, conclui-se pelo balanço de massa que a alteração metassomática de anfibolitos se dá por meio de hidratação e potassificação, com perda de Ca e Si devido a dissolução de feldspato. É formada uma assembléia glimerítica com alta proporção de biotita e anfibólio com alto Li, Rb e Cs (100 a 1000 vezes valores de background). A quantidade de água adicionada total em volume é inexpressiva em comparação com o volume total da intrusão, indicando que há pouco volume de fluidos exsolvidos em estágios finais de cristalização do pegmatito. A deformação de encurtamento perpendicular ao contato indica uma deformação volumétrica negativa, compatível com perda de massa esperada pelos elementos imóveis. Deflexão de foliações próximo ao contato com o pegmatito, com textura granoblástica e granulação grossa, aponta para deformação por achatamento que acomoda a perda de volume e no caso mínimo impede que a alteração tenha ocorrido com ganho de massa. Cristais de espodumênio om estiramento de até 40% constituem registro de deformação volumétrica positiva do dique pegmatítico. A partir desta análise conclui-se que o volume de água adicionado à assembléia metassomática é <5% do volume da intrusão associada, e a alteração se dá com perda de volume.

Palavras Chave

pegmatito; metassomatismo; lítio; deformação; cisalhamento