51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE DA GRANULOMETRIA DE ESTÉREIS E REJEITOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS UTILIZADOS COMO REMINERALIZADORES DE SOLO

Texto do resumo

O uso do pó de rocha como remineralizador tem se tornado uma das alternativas de fertilização de solos que sejam ambientalmente menos agressivos, de menor custo e de fácil acesso aos produtores rurais. Entretanto, para ser utilizado é necessário adequa-lo a uma determinada granulometria e assim, avaliar sua eficiencia agronômica. Para tanto, foram estudados três diferentes amostras, um quartzo-sienito, um gabro-norito e um norito, advindas de dois processos distintos, resultando em: três estéreis oriundos da lavra, e três rejeitos oriundos do beneficiamento. A granulometria das amostras foi determinada a partir da análise da distribuição do tamanho de partícula, que tem por objetivo definir a fração granulométrica da amostra e assim, especificar sua natureza física, conforme exigido no Anexo I da Instrução Normativa nº 05/2016 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que estabelece regras sobre definições, classificação, especificações, garantias, tolerâncias, registro, embalagem, rotulagem e propaganda dos remineralizadores. Essa análise foi realizada no Laboratório de Rochas Ornamentais do Centro de Tecnologia Mineral e o método utilizado para se medir o tamanho dos grãos das amostras foi a difração a laser, a partir do uso de um granulômetro modelo Mastersize Hydro 2000SM da empresa Malvern Instruments. Como dispersante, utilizou-se água destilada. Foram adicionados 500 mL de água no recipiente do aparelho, mantendo-a sob agitação de 1700 rpm por 30 minutos até atingir a obscuração necessária para realização da medida. Após isso, adicionou-se gradualmente a amostra até atingir o índice de obscuração ideal para leitura. Para o cálculo das curvas de distribuição granulométrica foi utilizada a teoria de Fraunhofer, devido ao desconhecimento do índice de refração das amostras estudadas. Os rejeitos apresentaram a maior parte de sua distribuição granulométrica nas frações silte e areia fina, com grãos de até 0,2 mm de tamanho, enquanto os estéreis, após serem moídos até obtenção de granulometria passante em peneira com abertura de 0,6 mm, obtiveram frações entre areia fina e grossa. Com isso, os rejeitos apresentaram menor granulometria e por consequência maior superfície específica, quando comparados aos estéreis, sendo mais propensos a solubilização dos nutrientes. Quanto menor o tamanho de partícula, maior o grau de desagregação dos minerais, tornando mais fácil a liberação de elementos que anteriormente estavam fixos na estrutura cristalina dos minerais. Partículas menores que 0,3 mm favorecem uma adequada liberação dos nutrientes para o solo e para as plantas, uma vez que essa reatividade é proporcional à área superficial específica das partículas, devido a dissolução dos minerais e liberação dos nutrientes. A instrução normativa nº 5/2016 classifica como filler material que possua tamanho de grãos 100% passante em peneira de 0,3 mm e define como pó material que possua tamanho de grãos 100% passante em peneira de 2,0 mm, 70% passante em peneira de 0,84mm e 50% passante em peneira de 0,3 mm. A julgar por estas características, os rejeitos são classificados como filler e os estéreis como pó, mostrando que mesmo com grãos maiores que os apresentados pelos rejeitos, desde que cominuídos, apresentam atributos físicos que permitem ser utilizados como remineralizadores.

Palavras Chave

agrominerais; Fertilização; Tamanho de partícula.

Área

TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia

Autores/Proponentes

Elton Souza Santos, Gulherme Resende Camara, Mirna Aparecida Neves, Diego Lang Burak