51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AS REDES SOCIAIS E O ENSINO DE MINERALOGIA

Texto do resumo

Este trabalho analisa o uso de redes sociais no processo de ensino e aprendizagem para discentes do Ensino Médio. Nos últimos anos não conseguimos ignorar a influência das redes sociais na vida das pessoas, sobretudo de adolescentes, já considerados nativos digitais, uma vez que esta geração, nascida nos anos 2000, possui a capacidade de realizar múltiplas tarefas. O acesso à tecnologia e à internet é feito muitas vezes inclusive durante o período das aulas, sendo um grande desafio para os docentes contornar o desinteresse dos estudantes. A utilização de recursos digitais, embora comprometa o processo de ensino e aprendizado, conforme diretrizes das Organizações das Nações Unidas, não deve ser banido das escolas, mas incorporado como uma ferramenta pedagógica e usado para a divulgação de conhecimentos científicos, sendo relevante o papel do professor como mediador e orientador das formas adequadas de sua utilização. Ao longo do segundo semetre de 2023 foi desenvolvido junto aos alunos do curso Técnico de Química do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, integrado ao Ensino Médio, uma atividade na qual os alunos tiveram a oportunidade de trabalhar com as redes sociais. Os discentes deveriam selecionar um objeto do cotidiano e pesquisar os principais minerais utilizados como matéria prima para a sua fabricação. A atividade despertou grande interesse dos alunos quando mencionado que culminaria na postagem na rede social do curso (Instagram). Os alunos foram os protagonistas no processo de criação, desde a seleção dos objetos, tendo como únicas premissas que cada grupo selecionasse um objeto distinto e que fossem descritos pelo menos três minerais. Os discentes se engajaram desde o início na pesquisa e no desenvolvimento do material de divulgação, permitindo interação e troca de informações, além de assimilarem as principais propriedades e formas de ocorrência destes minerais de forma dinâmica e atrativa. Foram selecionados diferentes objetos pelos alunos: blush em pó, liquidificador e carro. No blush foram identificados os seguintes minerais na composição: muscovita, responsável pelo brilho; talco, para melhorar e suavizar a sensação na pele; hematita, para a cor avermelhada; caulinita, para absorção de umidade. Na fabricação de liquidificadores, os discentes identificaram, além dos compostos de polipropileno usados na jarra e tampa, o uso de hematita, cromita e pentlandita para as ligas metálicas presentes na lâmina; calcopirita para a obtenção de filamentos de cobre. Para a fabricação de um carro, os discentes destacaram o uso do paládio, na produção de conversores catalíticos; bauxita, minério de alumínio, utilizado em vários componentes; lepidolita e outros minérios de lítio, para a fabricação de baterias. Além da identificação dos minerais, deveriam ser apresentadas as principais características diagnósticas e os locais de ocorrência no mundo e no Brasil. As redes sociais fomentam maior participação dos alunos, quando organizados em grupos e permitem, além do aprendizado do conteúdo, o desenvolvimento de outras habilidades, como capacidade de síntese, criatividade, trabalho em equipe, além da percepção de que as redes sociais podem funcionar como ferramentas de divulgação científica. Percebeu-se, com a aplicação desta atividade, a necessidade de se atualizar as práticas pedagógicas para inserir o discente como construtor de seu próprio conhecimento e fomentar a divulgação de informações baseadas em fontes corretas.

Palavras Chave

Divulgação Científica; educação básica; ciência por investigação

Área

TEMA 01 - Geociências para a sociedade e Geoética

Autores/Proponentes

Débora Silvano Moreira, Thiago Fernandes Silva