51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO MORFOESTRUTURAL DA FORMAÇÃO TUPANCIRETÃ E GRUPO SERRA GERAL EM SANTIAGO E CAPÃO DO CIPÓ – PLANALTO MERIDIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

Texto do resumo

O Planalto Meridional do Rio Grande do Sul, porção sul da Bacia do Paraná, é composto majoritariamente por rochas vulcânicas do Grupo Serra Geral (Cretáceo Inferior) as quais são sobrepostas por depósitos sedimentares da Formação Tupanciretã (Cretáceo Inferior-Quaternário, geocronologia ainda em debate). O polígono de estudo se localiza entre os municípios de Santiago e Capão do Cipó – RS, onde se encontram voçorocas de grande porte (i.e., até 10 hectares), tais feições erosivas estão vínculadas às rochas sedimentares da Formação Tupanciretã que possui uma área de aproximadamente 590 Km², enquando o Grupo Serra Geral têm ocorrência de 583 Km². Este trabalho objetivou realizar uma análise dos lineamentos morfoestruturais juntamente ao arranjo da rede de drenagem e da litologia da região para uma interpretação geológica-geomorfológica a partir da combinação de dados extraídos por métodos de sensoriamento remoto e coleta de informações geológicas in loco. Para essa finalidade, foi criada uma base de dados em ambiente SIG para facilitar a análise das feições do relevo, extração e confecção de mapas e diagramas de roseta. A vetorização dos lineamentos morfoestruturais ocorreu sob a interpretação visual do Modelo Digital de Elevação Copernicus com resolução espacial de 30 m (COP-DEM30) processado em Relevo Sombreado com azimutes de iluminação em 270º, 315º, 360º e 45º com paleta de cores, exagero vertical e sobreposições personalizadas. Foi utilizado como insumo a rede de drenagem da Base Cartográfica do Rio Grande do Sul escala 1:25.000 (BCRS25) para a interpretação visual dos padrões e anomalias de drenagem. Como resultados deste trabalho, foram identificadas heterogeneidades morfoestruturais entre as unidades geológicas. Os lineamentos positivos (i.e., colinas) e negativos (i.e., vales) foram classificados de pequeno porte (i.e., se limitando a 5,5km de extensão) e exibem densidades, comprimentos, frequências e orientações distintas entre a Formação Tupanciretã e o Grupo Serra Geral, porém com direções predominantes para nordeste e noroeste. A rede de drenagem é marcada por diferentes densidades, recurvamentos anômalos ortogonais a subortogonais em cotovelo ou em laço, sendo contabilizados 63 anomalias nos depósitos sedimentares e 130 nas unidades vulcânicas, pelos padrões de drenagem principais subtreliça, subdendrítico e, localizadamente, treliça recurvada. As voçorocas possuem alinhamento principal do maior eixo de erosão predominantemente noroeste e, secundariamente, nordeste. Os resultados obtidos por sensoriamento remoto indicam que a evolução do relevo ocorreu sobre influência da atividade tectônica. Tal premissa foi observada in loco, onde o lineamento negativo, a voçoroca e o plano de falha estão orientados para noroeste. As três feições aparentam estar relacionadas a reativações, pelo menos desde o Cretáceo Inferior, do Sistema de Falha Jaguari-Mata (i.e., também de orientação NW-SE) o qual delimita a porção norte do Arco de Rio Grande.

Palavras Chave

Lineamentos Morfoestruturais; Rede de Drenagem; Voçorocas; Sensoriamento Remoto; Arco de Rio Grande

Área

TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias

Autores/Proponentes

Lorenzo Fossa Sampaio Mexias, Clódis Oliveira Andrades Filho, Norberto Dani, Michelle Cardoso Da Silva, Raul Gick Schumacher