Dados da Submissão
Título
ASPECTOS METALOGENÉTICOS E CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DA INTRUSÃO PORFIRÍTICA RELACIONADA AOS DEPÓSITOS AURÍFEROS DO COMPLEXO BOSSOROCA, CINTURÃO DOM FELICIANO, SUL DO BRASIL
Texto do resumo
O Complexo Bossoroca, faz parte do Terreno São Gabriel, do Cinturão Dom Feliciano de idade Neoproterozoica (~750Ma) e hospeda depósitos auríferos da Bossoroca, Guardinha e Cerrito do Ouro, entre outros. Os depósitos têm teores médios atualmente conhecidos de cerca de 3,3 a 15 g/t de ouro. Os depósitos consistem em veios e “stockworks” de quartzo, associados a sulfetos, teluretos, prata e outros metais denotando uma área alvo de importante potencial econômico mineral no estado do Rio Grande do Sul. Os filões de minério estão encaixados numa sequência piroclástica dacítica a andesítica cálcico-alcalina, controlada pelo sistema de falhas NNE com basaltos e rochas epiclásticas subordinadas. Destacando-se nas amostras de testemunhos de sondagem uma intrusão porfirítica nas rochas piroclásticas encaixantes aos filões auríferos. As rochas vulcânicas foram metamorfizadas na transição da fácies xisto verde/anfibolito do metamorfismo regional de baixa pressão. O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos mineralógicos e texturais dos veios auríferos, além de uma caracterização preliminar da intrusão porfirítica associada ao sistema de veios mineralizados, descritos pela primeira vez neste resumo. A metodologia utilizada associou trabalho de campo, análises petrográficas, em microssonda eletrônica (EPMA) e em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os veios de quartzo auríferos têm forma tabular com dimensões variáveis, com comprimento de 50 a 350 metros e espessura de 0,2 a 4,5 metros, apresentando também texturas de boudinage e pinch and swell. Internamente possui características importantes exibidas nos veios dos depósitos que são o crescimento antitaxial (centro para borda), texturas ribbon e a presença de estilolitos. As texturas e estruturas apresentadas são indicativos de fraturamento e precipitação dos ciclos minerais, com minérios gerados por mecanismo de crack seal, típico de depósitos associados a zonas de cisalhamento. A análise de EPMA mostra presença de calcopirita, pirita, esfalerita e galena como sulfetos, além de teluretos de prata, chumbo e electrum, associados ao ouro na jazida Bossoroca. A ganga consiste principalmente em carbonato, clorita, sericita e turmalina. As investigações em microscópio petrográfico e MEV da intrusão porfirítica detectaram que os fenocristais essenciais são piroxênios de composição uniforme (augita), enquanto entre os anfibólios a magnésio hornblenda é dominante, com menor presença de tchermackita, e a albita domina amplamente nos plagioclásios, além de cerca de 10 a 15% de quartzo. Como minerais secundários foi observado epidoto, clorita (com predominância de picnoclorita e, secundariamente, ripidolita), titanita, apatita, calcita, além de calcopirita e magnetita. A intrusão foi classificada preliminarmente como um quartzo monzodiorito. As evidências metalogenéticas do Complexo Bossoroca indicam um alvo favorável a investigações adicionais para depósitos auríferos e polimetálicos (Cu, Pb, Zn) associados.
Palavras Chave
Complexo Bossoroca; Terreno São Gabriel; depósitos auríferos; intrusão porfirítica.
Área
TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral
Autores/Proponentes
Frederico Franklin Jeronimo, Viter Magalhâes Pinto , Amanda da Silva Costa , Thierry Mendes dos Santos , Ana Carolina Nunes da Silva