51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA E PETROGRÁFICA DOS DIQUES BÁSICOS DA PROVÍNCIA MAGMÁTICA PARANÁ NA REGIÃO DO FAROL DE SANTA MARTA, SC

Texto do resumo

O magmatismo toleítico da Província Magmática Paraná (PMP), abrange um expressivo volume de rochas básicas (>90%), que ocorrem como extensos derrames e rochas intrusivas associadas. A subdivisão geoquímica do magmatismo define diferentes magmas-tipo com base nos teores de TiO2.Os basaltos Alto-TiO2 (TiO2>2%) constituem os magmas-tipo Urubici, Pitanga e Paranapanema e os basaltos Baixo-TiO2 (TiO2<2%) abrangem Gramado, Esmeralda e Ribeira. Esta subdivisão permite a compreensão das diferentes fontes e processos evolutivos do magmatismo, bem como permite o estabelecimento da quimioestratigrafia ao longo da pilha vulcânica e a correlação das rochas intrusivas com a mesma. A correlação geoquímica das rochas intrusivas com a pilha vulcânica é importante para a compreensão do sistema alimentador do magmatismo. No Farol de Santa Marta- SC ocorrem diques que constituem a porção mais austral do Enxame de Diques de Florianópolis, que não foram estudados do ponto de vista geoquímico. O objetivo do trabalho é investigar a mineralogia e assinaturas geoquímicas destes diques básicos e classifica-los de acordo com os magmas-tipo da PMP. A metodologia iniciou na revisão bibliográfica e identificação dos potenciais afloramentos utilizando o Google Earth Pro, seguido de trabalho de campo onde foram identificados 09 pontos. Foram coletadas 18 amostras de rochas básicas, (borda e centro). Após a análise petrográfica, foram selecionadas amostras para análise geoquímica elemental de rocha total e os dados foram tratados no software GCDkit. Os diques básicos estudados ocorrem como intrusões tabulares, verticais a subverticais, de contatos retilíneos a abruptos com a encaixante granítica neoproterozoica (Granito Barra da Laguna ~590 Ma). A direção dos diques é N-NE (005º-060º), com espessuras variadas de 40cm à 60m. As margens resfriadas em geral são simétricas, com até 20 cm nos diques de menor espessura e de até 1,2 m em diques maiores, com textura fanerítica muito fina a vítrea, localmente também são identificadas margens resfriadas de textura microporfirítica e com vesículas e amígdalas preenchidas por quartzo e calcita. O centro dos diques tem textura fanerítica equigranular fina a média. A mineralogia é composta por plagioclásio, clinopiroxênio (augita e/ou titanoaugita), com ocorrência esparsa de ortopiroxênio e olivina parcialmente alterada. Apatita, magnetita, ilmenita também foram identificadas. Textura sub-ofítica a ofítica é comumente observada no centro dos diques. Já nas margens resfriadas é comum a ocorrência textura vitrofírica, com esparsa ocorrência de microcristais de plagioclásio com terminações em rabo de andorinha, além de cristais ocos, sobretudo nas margens porfiríticas. Os dados geoquímicos apontam uma variação dos teores de SiO2 (49,74–53,23 %wt), e permitem classificar os diques em basaltos a basaltos andesíticos, e alguns basaltos traqui andesíticos. Com relação aos magmas tipo da PMP, 5 diques são compatíveis com o magma tipo alto-Ti Urubici, com altos teores de TiO2 (3,1-3,9 wt%), baixos de MgO (3,3-4,8% wt) intermediários de Fe2O3 (12,0-13,8 wt%), altos conteúdos de Sr (436-687 ppm) e das razões Zr/Y(5,5-8,9), Ti/Zr (68-103) e TiY (523-700 ppm). Os outros 4 diques são compatíveis com o magma tipo baixo-Ti Gramado com baixos teores de TiO2 (1,4-1,6 wt%), baixos de MgO (5,3-6,9 wt%), intermediários de Fe2O3 (12,98-15,39 wt%), baixos conteúdos de Sr (136-210 ppm) e das razões Zr/Y (2,7-4,0), Ti/Zr (80-123) e TiY (285-346).

Palavras Chave

Petrologia; Diques Eo-Cretáceos; Magmatismo Toleítico; Grupo Serra Geral

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Gabriel Martins Fontoura, Luana Moreira Florisbal