51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ECOCARÁTERES ASSOCIADOS A DEPÓSITOS DE FOSFORITA NO TERRAÇO DO RIO GRANDE, RIO GRANDE DO SUL

Texto do resumo

A fosforita é um mineral cuja formação está associada ao clima, à baixas taxas de sedimentação terrígena, convergência de correntes oceânicas (Riggs & Burnett, 1990, apud Pinho et al., 2011) e também a fenômenos de ressurgência (Baturin & Bezrukov, 1979). Encontram-se muitas vezes na forma de nódulos de variados tamanhos (Pinho et al., 2011), observáveis em registros sísmicos.
Este trabalho apresenta diferentes ecocaráteres no Terraço do Rio Grande, Bacia de Pelotas, associando-os com potenciais depósitos de fosforita.
O estudo utilizou registros sísmicos da Campanha Geofísica do Projeto Fosforita do Serviço Geológico do Brasil, adquiridos com o sistema acústico Sparker (ELC1050/820 e EDL1020) da Meridata Finland Ltd. via software MDCS®, em frequências entre 400 e 1200 Hz e potência de 500 a 1200 J. Os dados foram processados no MDPS®, com filtros de remoção de ruído, passa-banda e ganho TGV. Os registros foram utilizados para o reconhecimento de ecocaráteres, considerando-se principalmente a forma, tamanho de feições e o padrão subsuperficial (Damuth, et al., 1975; Ayres Neto et al., 2009). Medições de feições e hipérboles foram feitas em escalas vertical e horizontal para agrupar classes de ecos (Alberton et al., 2024). Os ecocaráteres foram espacializados com o QGIS e classificados em comparação com registros multicanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, usando o atributo Amplitude RMS via OpendTect® (Landmark, 2004 apud Dutra, 2019).
Foram identificadas cinco categorias principais de ecocaráteres, segundo resultados prévios de Alberton et al. (2024). A categoria 1 (fundo liso e contínuo) representa seções sísmicas sem ondulações de fundo e refletores plano-paralelos em subsuperfície. As categorias 2 e 4 referem-se a grupos de ecos com rugosidades no fundo, diferindo no padrão subsuperficial: a categoria 2 possui refletores truncados e a categoria 4 refletores plano-paralelos. A categoria 3 inclui ecos hiperbólicos, divididos em quatro subcategorias de acordo com a escala horizontal: hipérboles de pequena escala (menores que 200m), média (200-400m) e larga escala (maiores que 400m), além de hipérboles com refletor plano-paralelo em subsuperfície. Encontraram-se hipérboles com escala horizontal entre 51 e 872 m e escala vertical entre 2 e 90 m. A categoria 5 agrupa refletores difusos associados principalmente a depósitos de fluxo gravitacional de massa e possíveis feições de escape. A espacialização revelou padrões de distribuição, como a concentração de ecos de fundo liso nas bordas da área de estudo e ecos hiperbólicos de larga escala ao sul em profundidades de 800 a 1000 metros. A altura das hipérboles não foi um fator determinante na classificação, visto que não revelou padrões específicos para cada categoria. Os ecos hiperbólicos de pequena e média escala, hipérboles com refletor marcado em subsuperfície e também o eco 4 relacionado aos fundos rugosos apresentam maior relação com os depósitos de fosforita, evidenciando tendências esperadas.
Assim, o estudo retrata os principais ecocaráteres encontrados na região do Terraço do Rio Grande através da análise de registros sísmicos. Os fundos rugosos e os ecos hiperbólicos, especialmente os de menor escala e com refletor marcado, tendem a se associar aos potenciais depósitos de fosforita.

Palavras Chave

Fosforita; Ecocaráteres; Depósitos Fosfáticos; Sísmica

Área

TEMA 22 - Geociências Marinha e Oceanografia

Autores/Proponentes

Maria Eulália Alberton, Arthur Antônio Machado, Antonio Henrique Da Fontoura Klein, Roberto Aguiar Alves