Dados da Submissão

Título

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ARGILA TIPO TAGUÁ E IMPLICAÇÕES PARA A INDÚSTRIA CERÂMICA DE MONTE CARMELO, MINAS GERAIS

Texto do resumo

As argilas constituem uma das mais importantes matérias-primas para o setor industrial, principalmente devido as suas diversas aplicações. No caso da indústria cerâmica, tais materiais são amplamente utilizados na fabricação de blocos, telhas, tijolos, ladrilhos, entre outros, conhecidos como cerâmica vermelha. A caracterização das argilas do ponto de vista físico-químico e composicional é um requisito cada vez mais solicitado nesta indústria, pois possibilita a aplicação de técnicas de controle no processo, contribuindo para redução de custos operacionais e dos insumos utilizados na produção, com significativa melhoria na produtividade e no controle da qualidade do produto final. O município de Monte Carmelo é um importante produtor nacional de telhas e tijolos, sendo sua matéria-prima constituída pelas argilas denominadas “taguá”, oriundas a partir da alteração “in situ” de rochas sedimentares mesozoicas da Bacia Sanfranciscana e pelas argilas denominadas “comuns”, originadas a partir de sedimentos quaternários aluvionares. O objetivo do trabalho do trabalho foi a caracterização física, química e mineralógica da argila “taguá” pertencente à Formação Capacete, Grupo Mata da Corda, explorada por uma indústria cerâmica de Monte Carmelo, para entender seu comportamento mecânico durante as diversas etapas do processo industrial da fabricação de telhas. Foram coletadas quatro amostras representativas da frente de lavra e diferentes métodos de análise foram aplicados para as amostras totais desagregadas, amostras em corpos de prova sem queima e amostras em corpos de prova queimados à 850°C e 950ºC. As amostras totais foram submetidas a ensaios de granulometria, caracterização do resíduo, teor de umidade, análise química por fluorescência de raios X, determinação do limite de plasticidade, análise térmica diferencial e análise dilatométrica; os corpos de prova sem queima foram submetidos à curva de Bigot, retração à verde, retração de secagem e resistência mecânica a seco; e os corpos de prova queimados em 850ºC e 950ºC foram submetidos aos ensaios de retração na queima, retração total, perda ao fogo, absorção de água, porosidade aparente, cor de queima e resistência mecânica queimado. Os resultados permitiram relacionar as classificações texturais e químicas com o comportamento plástico e a resistência à flexão. Durante a fase de lavra do minério, pode ser aplicada uma logística para retirar os produtos segundo sua estratificação, separando cada produto pelo tamanho dos grãos, já que a mineralogia de cada fração granulométrica é determinante para o comportamento mecânico destes materiais. Esta ação pode ser facilmente monitorada com a ajuda de um simples ensaio de lavagem de resíduo, com a finalidade de obter melhor desempenho no comportamento físico, buscando melhor plasticidade e trabalhabilidade nas etapas de extrusão, secagem e queima, diminuindo consideravelmente as perdas que ocorrem nas etapas de produção, minimizando gastos com energia térmica e com mão-de obra, além da melhor qualidade do produto. É de fundamental importância que sejam aplicadas soluções tecnológicas para a garantia da sustentabilidade do setor da cerâmica vermelha no Brasil.

Palavras Chave

indústria cerâmica; cerâmica vermelha; argila taguá; Monte Carmelo