Dados da Submissão

Título

DADOS PRELIMINARES DE ANOMALIA DE TERRAS RARAS EM PERFIL LATERÍTICO DE ROCHAS METAVULCÂNICAS ÁCIDAS DO RIFTE ARAÍ

Texto do resumo

Registro de intenso vulcanismo intra-rifte ocorre na região nordeste de GO. Os registros desse evento geológico estão materializados na sedimentação e vulcanismo associados ao Grupo Araí. No Grupo Araí, são reconhecidas sequências sedimentares sin- a pós-rifte, intercaladas a episódios vulcânicos efusivos e piroclásticos sin-rifte, reunidos na sequência continental intermediária definida como Formação Arraias. Trabalhos recentes relatam concentrações anômalas de elementos terras raras (ETR), destacando que as rochas exibem um forte enriquecimento de ETR leves (elementos La – Eu - ETRL) em relação aos ETR pesados (Elementos Gd-Lu e Y - ETRP). Atualmente, ETR têm sido recuperados a partir do saprolito de rochas originalmente enriquecidas nestes elementos, caracterizando os chamados depósitos do tipo adsorção iônica em argilas. Neste tipo de depósito, minerais de terras raras presentes na rocha original, ao serem submetidos ao intemperismo químico, liberam íons TR3+ que são eventualmente adsorvidos por argilominerais provenientes da alteração dos feldspatos. Neste cenário, o presente trabalho pretende caracterizar a composição dos solos provenientes do intemperismo das rochas metavulcânicas e metavulcanoclásticas pertencentes ao Grupo Araí, para auxiliar no entendimento da ocorrência e enriquecimento de ETR, bem como fornecer dados iniciais sobre o conteúdo total de ETR nos regolitos. O método analítico utilizado para identificação das fases minerais do solo inclui Difratometria de Raio-X (DRX) e, para determinar a concentração de ETR nos solos, foi utilizado ICP-MS. Os estudos por DRX foram realizados em lâminas de amostra total e lâminas de fração argila. Nas áreas estudadas, três grupos principais de rochas foram identificados: Metariodacitos, Metariolitos e Metapiroclásticas. Todos esses três litotipos da área são caracterizados por bons conteúdos de ΣETR (210-1452 ppm, na maioria dos casos >300 ppm). Esses valores são superiores aos teores médios de ΣETR da crosta continental superior (170 ppm). Os metariodacitos exibem um teor médio de ETR de 334,2 ppm, enquanto os metariolitos e metapiroclásticas apresentam teores médios de ETR de 553,8 ppm e 407,07 ppm, respectivamente. Dados de DRX em 4 amostras de níveis superficiais (~30 e 60 cm de profundidade) de solos destas rochas mostram minerais como quartzo, illita, caulinita, ±hematita e ±goethita. As amostras de solo apresentaram ΣETR total de até 540,8 ppm, valor superior, com enriquecimento nos ETRL. Embora essas amostras de solo correspondam à porção superficiais de solo, e não aos horizontes mais profundos, nos quais ocorre a zona de acumulação de ETR, com os maiores valores totais, os teores se mostraram interessantes, pois solo com >500 ppm de ETR e tamanhos comercialmente significativos são considerados minérios. O enriquecimento em ETR nos solos resultou de um intenso processamento de ETR por eluviação-iluviação induzido pelo intemperismo. O destino dos íons de ETR liberados é principalmente os argilominerais caulinita+illita, matéria orgânica e óxidos-hidróxidos presentes no manto de intemperismo, além de possíveis minerais residuais como zircão e monazita no solo. Os ETRL estão enriquecidos em relação aos ETRP nesses solos, o que é em grande parte herdado da assinatura química da fonte metavulcânica. Dados preliminares apontam que a área é propensa à mineralização de ETR do tipo adsorção iônica.

Palavras Chave

Adsorção iônica em argila; terras rara; riolito