Dados da Submissão
Título
AS GEOCIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO AO PENSAMENTO CRÍTICO E CRIATIVO
Texto do resumo
Resumo: Introdução. A educação básica deve cumprir a difícil missão de formar sujeitos críticos, criativos e participativos na sociedade. As Tecnologias Digitais (TD) reorientaram as abordagens didáticas e recontextualizaram o trinômio “ensino-aprendizagem-avaliação”, no campo das Ciências da Natureza, em um contexto permeado por vídeos e animações interativas que capturam vigorosamente a atenção dos alunos. A mediação do professor tornou-se ainda mais necessária. Objetivos. Este trabalho analisa a viabilidade e a conveniência de se explorar, no processo de ensino-aprendizagem, os conceitos, os temas polêmicos e os modelos teórico-práticos das Geociências. Abordar conhecimentos sobre a origem e evolução da Terra, em paralelo à história da vida, permite superar alguns vieses cognitivos que impedem o desenvolvimento do raciocínio crítico e da criatividade. Métodos. Pretende-se aprofundar a proposta de que os tópicos de Geociências possam contribuir para o desenvolvimento do pensamento criativo, analítico e crítico na educação básica. A síntese bibliográfica revela a existência de muitas comunicações que analisam barreiras ao desenvolvimento de pensamento crítico e criativo no ambiente escolar, mas poucas tratam do papel potencial das Geociências. Resultados. Questões polêmicas favorecem o debate e a reflexão, além de ajudarem a superar formas superadas de ensino transmissivo, memorístico e conteudista. As escolas têm registrado redução da capacidade de leitura, fragilidade na compreensão de textos, baixa assimilação de argumentos diretos e lentidão de raciocínio para captar ideias complexas. Outro componente central é a necessidade de se distinguir informações verdadeiras das falsas ou mentirosas. Muitos estudantes concluem os respectivos cursos com baixa capacidade de observação, análise e síntese. A desorganização de ideias prejudica até mesmo a mera transmissão oral de informações simples e corriqueiras. A atividade 1 acentua os conflitos presentes em determinada decisão a ser tomada por uma comunidade. Ao revelar o descompasso entre proteção ambiental e interferência humana, evidencia-se o caráter fortemente interdisciplinar do debate ambiental. A atividade 2 examina a proteção de solos contra a erosão acelerada, comparando as escalas de tempo envolvidas na origem e na evolução dos horizontes de solo com a magnitude temporal da destruição causada pela ação humana. Isso ajuda os participantes a reexaminar posturas individuais e coletivas e, ao mesmo tempo, a valorizar os valores, as atitudes e as práticas humanas relacionadas à utilização, conservação e proteção dos solos. Os estudantes são convidados a investigar exemplos de ações humanas que contribuam para a degradação e que possam interferir de modo crítico no funcionamento do ciclo. Conclusão. Apesar dos limites existentes à autonomia docente e aos currículos, inserir conceitos de Geociências na educação básica é inadiável para melhorar a qualidade do ensino e aprimorar a formação, em um país de grandes dimensões e extrema geodiversidade, como o Brasil.
Palavras Chave
Aprendizagem ativa; Tempo Geológico; Tempo Humano; Educação; Currículo
Área
TEMA 01 - Geociências para a sociedade e Geoética
Autores/Proponentes
Ronaldo Barbosa, Celso Dal Ré Carneiro