Dados da Submissão

Título

Do árcade ao contemporâneo: a história da evolução do conhecimento sobre a seção pré-sal na Bacia de Campos

Texto do resumo

O pré-sal é um alvo econômico na prospecção de petróleo em calcários aptianos nas bacias de Campos e Santos. O conhecimento sobre a seção pré-sal sudestina teve início na Bacia de Campos e é dividido em três fases: Árcade, Moderna e Contemporânea. A Fase Árcade está relacionada ao início da exploração e produção de hidrocarbonetos na bacia, iniciada na seção de águas rasas no início dos anos 1970. Essa seção foi perfurada pela primeira vez pelo poço 1-RJS-3 (1971), que encontrou rochas siliciclásticas abaixo dos evaporitos. A primeira descoberta comercial foi feita pelo poço 1-RJS-13 (1975), em coquinas (calcários a bivalves) no Aptiano (Jiquiá), cobertas pelos mesmos evaporitos. Naquela época a seção pré-sal era composta por conglomerados, sobrepostos e interdigitados lateralmente a coquinas e pelitos de idades locais Jiquiá a Alagoas, ambos cobertos por anidritas de Alagoas, todos com idade aptiana. Os poços 1-RJS-99 e 1-RJS-117 (1979) encontraram novos e estranhos calcários alagoas recobrindo coquinas na posição anterior dos conglomerados abaixo das anidritas, caracterizados como estromatólitos, calcita microbiana arborescente e calcários intraclásticos. Após teste a poço aberto não foram considerados como alvo devido à insucesso tecnológico por baixa permeabilidade e também à posição paleogeográfica. A exploração e produção avançaram ao longo dos anos 1980, produzindo hidrocarbonetos nas coquinas e também em rochas ígneas mais antigas do Hauteriviano. No final dos anos 1990, a compreensão dos estranhos calcários de Alagoas começou a mudar, iniciando a Fase Moderna. O marco foi o teste do poço 1-RJS-531 (1999), o primeiro a recuperar fluidos confirmando a ocorrência de porosidade efetiva e permeabilidade nesses reservatórios. Foi sucedida pela interpretação de novas cozinhas geradoras de hidrocarbonetos diferentes da tradicional (1-RJS-554, 2000), o primeiro sucesso tecnológico com permeabilidade efetiva e fluidos de boa qualidade (1-RJS-607, 2002), porosidade em perfis de imagens e modelo de sedimentação (2004), o que sugeria um novo alvo exploratório. As descobertas de hidrocarbonetos do pré-sal no Alto Externo da Bacia de Campos durante a Fase Moderna estão nas etapas mais profundas dos poços perfurados para alvos pós-sal. A Fase Contemporânea começou com a descoberta do poço 1-RJS-628A na Bacia de Santos (2006), a qual fortaleceu a premissa de grande potencial nos calcários alagoas. Na Bacia de Campos, o poço 4-ESS-172 (2007), na área do Parque das Baleias, foi o primeiro perfurado exclusivamente por esse alvo como objetivo principal, com resultados positivos. O poço 1-ESS-103A também perfurou essa seção em 2002, na mesma área do 4-ESS-172, e, após avaliação parcial, foi revestido na seção pré-sal e hibernado. Seis anos depois, foi reavaliado com novas ferramentas, e seu teste de longo prazo se tornou a primeira produção comercial na Fase Contemporânea do Brasil. No Alto Externo, várias estruturas do pré-sal sob acumulações pós-sal foram testadas desde 2005 e resultaram em novas descobertas e os sucessos econômicos mais significativos encontram-se no Parque das Baleias e campos de Raia Pintada e Raia Manta (BM-C-33).

Palavras Chave

pre-sal; campos; historia; exploratoria