Dados da Submissão

Título

ARCABOUÇO GEOLÓGICO DA SERRA DO PIACÓ - QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG

Texto do resumo

A Serra do Piacó compreende um segmento do flanco noroeste do Sinclinal Gandarela, situada entre os municípios de Santa Bárbara, Caeté e Barão de Cocais, em Minas Gerais. Apesar de estar inserida no contexto regional do Quadrilátero Ferrífero e de ser vizinha à mina de Gongo Soco (mundialmente conhecida pelos grandes volumes de ouro e ferro ali produzidos), a Serra do Piacó é carente de trabalhos acadêmicos e de pesquisa mineral. O presente estudo é fundamentado na interpretação de dados aerogeofísicos, fundamentalmente de magnetometria, gradiometria da gravidade (FTG) e gamaespectrometria, análise geomorfológica e sondagem exploratória. A avaliação desses dados permitiu elaborar novos insights sobre o arcabouço geológico da Serra do Piacó. Do ponto de vista da estruturação regional a serra compreende parte do flanco normal do Sinclinal Gandarela, confirmado pela relação angular entre a xistosidade (S1) e o acamamento (S0). Em escala local a estrutura comporta-se como um homoclinal de direção variando de NE-SW a NNE-SSW, com 35° de mergulho médio, respectivamente para SE e E. A serra é ainda seccionada por falhas de direção variando entre NW-SE, na porção leste e WNW-ESE, na porção oeste. O empilhamento estratigráfico local é dominado por rochas do Supergrupo Minas e a mineralização de ferro está principalmente relacionada à Formação Cauê, embora seja também observados níveis significativos de formação ferrífera relacionados à Formação Gandarela. O minério supergênico ocorre desde a superfície e foi classificado como hematitito friável e itabiritos dos tipos silicoso e goethitico. As formações ferríferas frescas, observadas em testemunhos de sondagem são representadas por itabiritos silicosos a dolomíticos, com magnetita como principal óxido de ferro. Os itabiritos apresentam estruturas diagenéticas bem preservadas, alteração hidrotermal (evidenciada por níveis de magnetititos) e estruturas de carater rúptil-dúctil. A interpretação dos dados geofísicos e da sondagem exploratória indicam que a cartografia da formação ferrífera diverge dos mapas geológicos disponíveis, sendo apresentada uma nova proposta de mapa geológico para a área com escala de trabalho compatível para 1:50.000.

Palavras Chave

Quadrilátero Ferrífero; Depósitos Minerais; Serra do Piacó