51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CONTRIBUIÇÃO À GEOLOGIA ESTRUTURAL DO SEGMENTO OCIDENTAL DA SERRA DO CURRAL, QUADRILÁTERO FERRÍFERO – MG

Texto do resumo

A serra do Curral tem cerca de 100 km na direção NE-SW e marca o flanco inverso da nappe Curral, desenvolvida com vergência para NNW sobre a falha homônima no transamazônico. Materializa o limite norte do QF, abrigando importantes depósitos de minério de ferro, como Córrego do Meio, Águas Claras, Jangada, Ipê/Tico-Tico, Serra Azul e MUSA. Seu seguimento oeste tem cerca de 50 km, direção ENE-WSW e é balizado a leste pelo Ribeirão Casa Branca, próximo à junção com a serra da Moeda. O estudo concentrou-se em afloramentos de itabiritos da Fm. Cauê, que cobrem filitos e quartzitos das formações Gandarela e Cercadinho (a norte) e estão sotopostos aos filitos e quartzitos do Gr. Caraça (localmente, aos gnaisses do Complexo Bonfim), a sul. De forma geral, o bandamento dos itabiritos tem direção E-W, com mergulho variando entre 25-70° para sul. Na serra Azul foram reconhecidos dois domínios (norte e sul), com predomínio de itabiritos carbonáticos magnetíticos na porção sul e silicosos no domínio norte. O ângulo de mergulho do bandamento tende a ser maior no norte, onde é notável a presença de dobras métricas fechadas com eixos sub-horizontais de direção E-W. Localmente essas dobras apresentam flancos rompidos, com geração de brechas, que se diferenciam pelo tamanho dos fragmentos (decimétricos a centimétricos) e pela matriz, que pode ser goethitica (ocre) ou silicosa (branca, com drusas de quartzo e precipitação de fosfatos hidrotermais). Na região entre as serras dos Franceses e Três Irmãos a compartimentação é ainda mais evidente e observável em imágens aéreas, dada por um padrão geométrico em estilo boudinado. O domínio sul compreende todo o pacote de rochas dos grupos Caraça e Itabira e corresponde a uma zona de cisalhamento antitética, com movimento reverso para sul. O bandamento, na porção sul desse domínio, tem direção E-W, mergulho de baixo ângulo para norte e é controlado por dobras fechadas a isoclinais, com eixos sub-horizontais de direção E-W. Na porção central e norte desse domínio, o bandamento apresenta mergulhos entre 40-60º para norte e é controlado por um sistema S/C reverso para sul. O domínio norte, por sua vez, parece estar restrito aos grupos Piracicaba e Sabará e é marcado por bandamento E-W, com mergulhos entre 40-60º para sul, coincidindo com o padrão regional da serra do Curral. Os lineamentos que atravessam a serra, com direção em torno de N-S, correspondem a falhas reversas para oeste, desenvolvidas em regime dúctil-ruptil, com transposição do bandamento, eixos de dobras desarmônicas suaves de baixo ângulo e direção N-S e espelhos de falhas, com estrias e steps. Essas falhas controlam a espessura da mineralização e, com menor frequência, a formação de corpos de alto teor. Por fim, foram identificadas ao menos três famílias de fraturas (sub-horizontal, vertical e paralela à foliação), que são importantes no controle da estabilidade dos taludes das minas.

Palavras Chave

minério de ferro; Quadrilátero Ferrífero; Serra do Curral

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

CARLOS EDUARDO REINALDO DELGADO