Dados da Submissão
Título
ANÁLISE SISMOESTRATIGRÁFICA DO PRÉ-SAL APTIANO (FM. BARRA VELHA) DO CAMPO DE BÚZIOS, BACIA DE SANTOS
Texto do resumo
O Brasil, impulsionado pelo interesse global em novas fronteiras de exploração petrolífera, transformou sua posição no cenário energético internacional com a descoberta do pré-sal. A Bacia de Santos emergiu como o epicentro da exploração de óleo e gás natural desde a descoberta em 2006. O Campo de Búzios, situado na região central da bacia, próximo da costa do Rio de Janeiro, destacou-se como uma das principais áreas de extração de petróleo no país. Com reservas estimadas em mais de 10 bilhões de barris, é o segundo maior campo produtor nacional. A formação das bacias ao longo da costa sudeste do Brasil seguiu um padrão divergente, resultante da abertura do Atlântico Sul no Cretáceo Inferior, de sul a norte. A evolução da Bacia de Santos envolveu o preenchimento progressivo ao longo da história tectono-estratigráfica, com os principais reservatórios da bacia localizados no intervalo Aptiano, associados à Formação Itapema (estágio inicial do rifteamento) e também à Formação Barra Velha, que abrange o período Barremiano até Aptiano, situada abaixo da discordância Pré-NeoAlagoas. O presente trabalho consiste na interpretação sismoestratigráfica da seção Aptiana (sag) no Campo de Búzios, visando estabelecer arcabouço estratigráfico utilizando dados fornecidos pela ANP (Agência Nacional do Petróleo e Gás). Foram empregadas linhas sísmicas e informações de poços exploratórios para a ancoragem dos resultados. A interpretação sismoestratigráfica seguiu os princípios da sismoestratigrafia, com o mapeamento dos limites superior (base do sal) e inferior (discordância pré-NeoAlagoas) do intervalo estudado. Dentro do intervalo de interesse (fase sag, Formação Barra Velha), foi realizada uma interpretação detalhada da continuidade dos refletores em fase normal, com ênfase nas terminações estratigráficas, conforme os conceitos fundamentais da Estratigrafia Sísmica, incluindo terminações de base (onlap e downlap) e de topo (toplap e truncamento erosivo). A interpretação dos refletores e suas terminações permitiu identificar padrões recorrentes de terminações, assim definindo 3 unidades sismoestratigraficas na linha do intervalo de estudo, individualizadas por superfícies limítrofes, sendo a unidade sísmica “um” a mais antiga e a unidade sísmica “três” a mais nova. Com as cartas cronoestratigráficas foi possível visualizar a disposição dessas unidades, assim, proporcionando insights sobre relações estratigráficas e estruturais, revelando padrões de deposição e controle tectônico específicos de cada unidade ao longo da seção estudada. O preenchimento litológico foi caracterizado por sismofácies, utilizando texturas sísmicas em fase normal e atributos específicos (principalmente cosine of phase e amplitude RMS), correlacionados com dados de poços que apresentam amarração espacial confiável através de testemunhos, amostras de calha ou laterais, e seções delgadas. Dessa forma, é viável identificar os sistemas de deposição, associações de fácies e influências diagenéticas dentro das unidades sismoestratigráficas definidas, proporcionando um controle detalhado do reservatório ao longo do tempo.
Palavras Chave
Sismoestratigrafia; Pré-sal da Bacia de Santos; Carta Cronoestratigráfica; Modelo Geológico e Evolutivo; Poços Exploratórios
Área
TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos
Autores/Proponentes
Michelle Cardoso Da Silva, Juliano Kuchle