Dados da Submissão
Título
A TRAMA E ALOJAMENTO MAGMÁTICO DO GRANITO ITÃ, ESCUDO DAS GUIANAS, RR
Texto do resumo
Rochas graníticas constituem evidências de mudanças termais que a crosta terrestre tem sofrido no seu processo evolutivo ao longo do tempo geológico. Todavia, enquanto o papel dos granitos como marcadores de evolução crustal está relativamente bem conhecida, o arranjo interno dos seus constituintes minerais como marcadores das condições de alojamento crustal demandam estudos pormenorizados. Esse é o caso do Granito Itã, localizado a norte do cráton amazônico, Escudo das Guianas, e alojado entre o embasamento metamórfico Granulito Barauana e o Complexo metamórfico Rio Urubu. Ambas encaixantes metamorfizadas em alto grau durante o ciclo tectônico transamazônico e posteriormente deformadas pela ativação da falha Itã no final do Orosiriano e pela ativação da faixa de cisalhamento K´Mudku durante a orogenia Sunsás. De particular relevância para explicar o alojamento desse plúton, é entender a origem, orientação e distribuição espacial da trama interna do plúton; compreender os mecanismos que dominaram o desenvolvimento da strain e; determinar o ambiente tectônico mais provável de posicionamento do plúton na crosta. O Granito Itã é constituído principalmente por litofáceis de granodiorito e monzogranito cujos limites indicam que se formaram por pulsos que interagiram ainda em estado magmático, e que depois de cristalizados foram intrudidas por sienogranito na forma de diques e apófises. Estas litofáceis exibem assinatura geoquímica cálcio-alcalina de alto-K e um fracionamento moderado na sua gênese. O alojamento plutônico do Granito Itã ocorreu sob domínio regional de tectônica transpressiva, impondo-lhe formato elíptico com eixo maior orientado para os azimutes de 220°-230° e registro de petrotrama interna caracterizada por foliação magmática com atitude variando nos azimutes 230°-260°/50°-70°. Mecanismos de acomodação na crosta vinculados a processos convectivos de câmara foram preservados na petrotrama do centro do plúton. A organização, distribuição espacial e orientação desta petrotrama são coerentes com a posição do vetor de encurtamento tectônico regional no azimute de 320°-340°. A origem e organização de sua petrotrama em domínios, e seu alto mergulho no centro do plúton, similar à petrotrama de suas rochas hospedeiras é sugestivo de uma reologia plástica (alta temperatura) da crosta durante a colocação plutônica. Deformação de estado sólido por cisalhamento simples com lineação de baixo rake e caimento dominante para o Norte e rotação dextral foi registrada em alta temperatura. Essa deformação ocorre disposta em faixas onde a rocha exibe textura milonítica com atitude paralela à foliação magmática. Interpreta-se que o Granito Itã cristalizou em temperaturas de 843 °C a 825 °C, e foi alojado em pressões entre 1043, 690 e 275 MPa condizentes com ambiente de crosta inferior em arco magmático. O plúton registrou petrotrama submagmática dominante e de estado sólido subordinada, a qual foi compartimentada em domínios em condições sin a tardi-cinemáticas. Considerando que as rochas encaixantes do Granito Itã estão deformados e que possuem petrotramas com organização e orientação similar à do Granito Itã, interpreta-se que todas estas rochas registraram suas respectivas petrotramas sob influência do mesmo evento tectônico e por tanto seriam temporalmente próximas e cinematicamente coerentes.
Palavras Chave
Granito Cálcio-alcalino; Petrotrama de origem magmática; Alojamento sin-cinemático; arco magmático
Área
TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos
Autores/Proponentes
Stipan Douglas Adélia Carlitos, Carlos Alejandro Salazar