51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

APATITAS DAS ZONAS MINERALIZADAS E ESTÉREIS DO DEPÓSITO DE OURO SÃO JORGE, PROVÍNCIA MINERAL DO TAPAJÓS.

Texto do resumo

Na Província Mineral do Tapajós, mais especificamente na região de Vila Riozinho, encontram-se os granitos São Jorge Antigo (GSJA) e São Jorge Jovem (GSJJ), este último hospedeiro do Depósito de ouro São Jorge. Cristais de apatita ((Ca5(PO4)3(F,Cl,OH)), juntamente com outros importantes minerais acessórios (titanita, rutilo e zircão), são comuns neste depósito. Devido à sua resistência elevada aos processos geológicos, a apatita é capaz de reter em sua estrutura uma variedade de elementos menores e traços, como Mn, F, Cl, Sr, Pb, Ba, Th, U, V, As e Terras Raras, os quais podem fornecer informações valiosas sobre a geologia e o potencial metalogenético das rochas onde ocorrem. O objetivo principal deste estudo foi identificar os aspectos morfológicos e a assinatura geoquímica das apatitas presentes em rochas mineralizadas e estéreis do Depósito de ouro São Jorge, visando utilizá-las como indicadores preliminares desse tipo de mineralização. Para isso, foram realizadas análises morfológicas de elétrons retroespalhados e químicas com o auxílio de um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), equipado com um sistema de Espectroscopia por Dispersão de Energia (EDS) Sirius-SD. Os resultados das análises revelaram diferenças significativas entre as apatitas das zonas mineralizadas e estéreis do Depósito São Jorge. Apatitas das zonas mineralizadas apresentaram concentrações mais elevadas de P (20-22% em peso) e mais baixas de Ca (40-42% em peso) em comparação com as apatitas das áreas estéreis, que exibiram conteúdos de P mais baixos (entre 19-20% em peso) e mais elevados de Ca (entre 42-44% em peso). (Fe+Al) dominam nas apatitas das zonas estéreis em comparação com as apatitas das áreas mineralizadas. O Y se mostrou um bom indicador de mineralização de ouro, com concentrações entre 18.000-28.000 ppm nas apatitas das áreas mineralizadas e mais baixas (16.000-22.000 ppm) no mineral das zonas estéreis. A somatória (Gd+Yb+Y) é mais elevada nas apatitas das zonas mineralizadas e pode ser utilizada como outro bom indicador desse tipo de mineralização. Com base nas análises realizadas, foi possível identificar variações elementares importantes em cristais de apatita que podem funcionar como bons indicadores preliminares do potencial para mineralização aurífera, contribuindo para a pesquisa científica, a prospecção e exploração mineral na região amazônica.

Palavras Chave

Província Tapajós; Granito São Jorge Jovem; MEV-EDS; mineralização; Apatita.

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Emanoele Araujo Costa, Cláudio Nery Lamarão , Silvino Saraiva Sousa Neto, Gisele Tavares Marques