Dados da Submissão
Título
ANÁLISE DA POROSIDADE TOTAL DE LÂMINAS DELGADAS DA FM. JANDAÍRA PARA ESTUDOS DE INJEÇÃO DE CO₂
Texto do resumo
O aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera tem-se mostrado preocupante, principalmente em virtude de sua correlação com o aceleramento do aquecimento global. Para reduzir as concentrações de CO₂ na atmosfera, a ciência desenvolve métodos para capturar e separar o CO₂ dos outros gases e armazená-lo no subsolo. No entanto, a injeção em grandes quantidades do CO₂ pode provocar diversas alterações químicas e físicas em sua interação com minerais e fluidos presentes na rocha, sobretudo em rochas carbonáticas. Alterações na porosidade e na permeabilidade da rocha podem afetar a capacidade de armazenamento, portanto, é essencial realizar a análise prévia da porosidade da rocha antes da etapa de injeção. No Brasil, várias áreas possuem alto potencial para o armazenamento do CO₂, incluindo reservatórios do Pré-sal. A Formação Jandaíra, Bacia Potiguar, contém rochas e sequências sedimentares análogas ao Pré-sal podendo ser utilizada para se prever a capacidade de armazenamento das rochas reservatórios do Pré-sal. O presente trabalho objetiva avaliar a porosidade de rochas de sequências carbonáticas da Formação Jandaíra para fins de avanço no entendimento das relações entre a porosidade e a capacidade de armazenamento do CO₂ das rochas carbonáticas do Pré-sal. Quatro amostras da Formação Jandaíra foram coletadas em campo e classificadas como packstones, wackstones e mudstones. Dez lâminas delgada das amostras foram elaboradas e impregnadas com resina azul. As lâminas foram escaneadas utilizando um Scanner fotográfico HP scanjet G4050 em duas resoluções, 4800 e 9600 dpi. A seguir, a porosidade total nas lâminas foi calculada utilizando-se o software ImageJ, extensão jPOR (versão 1.1), a qual foi desenvolvida para viabilizar um método rápido e eficaz de mensuração da porosidade óptica total. A porosidade total obtida pelo software foi analisada comparativamente com o observado e interpretado no microscópio óptico. Foi verificado que a porosidade identificada nas lâminas escaneadas em 4800 dpi apresentou valores semelhantes em rochas em que predominam macroporos (fracture, channel, vug e moldic). Entretanto, para poros de morfologias menores (intercrystaline e interparticle) a resolução de escaneamento em 4800 dpi é insuficiente para a etapa de processamento, pois os dados produzidos pelo programa jPOR não são compatíveis com o que é observado no microscópio, sendo nesse caso mais apropriado o escaneamento em 9600 dpi para identificação das morfologias de menor dimensão. Para as amostras analisadas foram identificadas rochas com porosidades mais baixas, de 3,16% e 5,30% (respectivamente Mudstone e Packstone) e porosidades mais elevadas, de 12,61% e 14,91% (respectivamente Wackstone e Mudstone), considerando a média entre a porosidade total das lâminas por amostra. As porosidades identificadas podem ser interpretadas e contextualizadas com o potencial qualitativo do armazenamento do CO₂ durante a injeção. Rochas com maior porosidade potencialmente podem armazenar mais o gás. Assim, os resultados indicam que rochas do Pré-sal análogas à Mudstones com porosidade elevada do tipo interparticle e Wackstones com alta porosidade do tipo interparticle e channel são potencialmente mais favoráveis para injeção e armazenamento do CO₂. Agradecemos a PETRONAS Petróleo Brasil Ltda. pelo financiamento da pesquisa (ANP 22133-3 e ANP 23052-4).
Palavras Chave
Injeção de CO₂; porosidade; Processamento de imagem; Fm. Jandaíra.
Área
TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos
Autores/Proponentes
Pedro Henrique Hokama, Alfredo Borges de Campos, Ricardo Perobelli Borba , Wanilson Luiz Silva, Christian Julian Delgado Mateus, Luiz Filipe de Melo Faria, Gleiber da Silva Chagas