Dados da Submissão

Título

ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOMETARLÚRGICA DO CORPO DE MINÉRIO AVOX – MINA LAMEGO, QUADRILÁTERO FERRÍFERO - MG

Texto do resumo

O depósito aurífero Lamego, de propriedade da empresa AngloGold Ashanti, está localizado na porção norte do Quadrilátero Ferrífero, no município de Sabará, Minas Gerais, Brasil. O depósito é classificado como orogênico e está inserido no Greenstone Belt Rio das Velhas, borda sul do cráton do São Francisco. A sequência estratigráfica do depósito é caracterizada, da base para o topo por: metamáfica inferior (X2), formação ferrífera bandada (BIF), veios de quartzo fumê (MCH), metapelito carbonoso (XG) e metassedimento clástico (X1). A mineralização de Lamego é constituída por quatro corpos principais denominados Cabeça de Pedra, Queimada, Carruagem e Arco da velha. Estes, em profundidade, com rocha sã e mineralização sulfetada, possuem rotas metalúrgicas e caracterização completa do minério. Entretanto, a porção em superfície do Arco da Velha, denominada AVOx, com rochas bastante intemperizadas, carece de caracterização geometalúrgica.

O estudo tem como objetivo compreender as diferentes características geometalúrgicas do corpo de minério AVOx. Dessa maneira, embasar o estudo de diferentes rotas metalúrgicas e possível viabilidade econômica do corpo.

Para tal, foram analizadas oito compostas geometalúrgicas montadas a partir de testemunhos de sondagem diamantada. As amostras são constituídas pela porção mineralizada, BIF e MCH, e de 3 m de testemunho do hangingwall ou do footwall do minério (X1, XG e X2), assim, simulando a lavra, com teores de ouro e a sua diluição correspondente. Para compor a massa necessária para os ensaios, foram utilizados furos vizinhos que estão no mesmo domínio lito-geometalúrgico. Ademais, as compostas foram montadas de maneira a varrer todo o strike do AVOx e foram submetidas a caracterizações mineralógica (composição modal) e química (ouro, enxofre e carbono), britagem e três diferentes rotas de ensaios. O primeiro cenário é composto por gravimetria, flotação e calcinação e alimentação à 74 μm, o segundo por lixiviação direta da composta britada à 2 mm e, por fim, o cenário 3 com lixiviação direta à 74 μm.

Verificou-se que as compostas geometalúrgicas são compostas majoritariamente por quartzo (61%), óxidos e hidróxidos de ferro (21%), muscovita (9%) e pirita (8%), com um tempo médio de moagem de 18 min. O concentrado falcon exibiu aproximadamente metade de sua composição representada por ouro livre. Já o concentrado cleaner retratou um enriquecimento de seis vezes de pirita, redução do quartzo pela metade e variação negativa de 4,5% dos óxidos de ferro. Com relação ao ouro, 40% deste está associado aos óxidos de ferro, 39% a pirita e 15% livre. No rejeito rougher há uma predominância de quartzo e o ouro principalmente associado a ele, além de 10% de forma livre. Os três cenários de rotas metalúrgicas apresentaram recuperações globais de ouro, respectivamente, em 79,3%, 69,7% e 85,3%.

Deste modo, a caracterização mineralógica e distribuição do ouro nos diferentes concentrados ratifica que o AVOx exibe minério de características transicionais (pirita e óxidos de ferro). O cenário 3, lixiviação direta com alimentação de P80 a 74 μm, indica maiores recuperações globais, enquanto que o cenário 1, atual metodologia de tratamento de minério do complexo, mostra possíveis perdas na recuperação, principalmente na flotação.

Palavras Chave

geometalurgia; Ouro; Quadrilátero Ferrífero