51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ATUALIZAÇÃO CARTOGRÁICA E POTENCIAL METALOGENÉTICO DO CORPO ARENÓPOLIS, PROVÍNCIA ALCALINA DE GOIÁS (PAGO).

Texto do resumo

A Província Alcalina de Goiás (PAGO), é formada por pequenos corpos plutônicos e lavas com afinidade kamafugítica hospedados no embasamento Precambriano do Arco Magmático de Goiás. É constituída pelas intrusões Morro do Engenho, Santa Fé, Montes Claros de Goiás, Corpo Arenópolis, Fazenda Buriti, Corpo Córrego dos Bois, Corpo Córrego dos Macacos, Corpo Córrego das Vacas, Água Branca, Corpo Morro Preto, além de corpos menores e menos expressivos. Uma das teorias sugeridas na petrogênese do magmatismo alcalino cretáceo no Brasil decorre do modelo de plumas mantélicas, apoiando-se em evidências geofísicas. De acordo com este modelo, a Província Alcalina de Goiás representa um local com intrusões alcalinas ao longo de uma trilha direcionada para sudeste, também chamada de Lineamento Azimute 125°. Entretanto, novos modelos sugerem a origem de magmas alcalinos a partir do soerguimento do manto litosférico subcontinental metassomatizado em processo de rifteamento, gerando o magmatismo alcalino do Mesozóico na América do Sul. Esse mecanismo inclui a reativação de estruturas profundas herdadas da colagem orogênica do neoproterozoico, atuando assim como condutos de magma ou reservatórios temporários. O Corpo Arenópolis é intrusivo no Granito Rio Caiapó e devido a essa interação com as rochas graníticas, foram geradas zonas de fenitização como auréolas nas rochas encaixantes. A fácies plutônica representa uma sequência de clinopiroxenitos a nefelinolitos com gabros alcalinos como membros intermediários. A nefelina é o feldspatóide dominante identificado em todas as rochas do complexo, mesmo em pequenas quantidades. A flogopita também representa um mineral comum em todas as rochas, o que indica uma fonte magmática metassomatizada rica em potássio. Além disso, foram observadas brechas magmáticas com fragmentos angulosos de clinopiroxenitos e matriz de composição félsica residual. O clinopiroxenito apresenta mineralogia composta por titanoaugita, (~60%), flogopita (~20%), olivina (~10%), plagioclásio (~5%) e opacos (~5%), com fase acessória representada por titanita (<1%). Em lâmina, a textura predominante é cumulática, com cristais de olivina representando os cumulus. Ocasionalmente, a titanoaugita apresenta zonação composicional, que pode representar o enriquecimento em Ti e Fe. Dentre os minerais opacos, foram observados sulfetos como pirita e calcopirita disseminados, e magnetita e ilmenita dentre os óxidos. Ocorrem diques de rocha com textura porfirítica e fenocristais de titanoaugita e raramente olivina. Na matriz, há um alto teor de magnetita, o que confere o magnetismo e a alta densidade. Através de mapeamento geológico de detalhe, observou-se que o Corpo Arenópolis é distinto dos demais, uma vez que não apresenta um núcleo ultramáfico e zoneamento composicional com bordas mais félsicas. É interpretado que os clinopiroxenitos representam produtos de acumulação magmática, considerando a transição para os gabros. Isso foi observado através da ocorrência de material sienítico intersticial entre cristais de titanoaugitas. Já os nefelinolitos, representam as rochas derivadas das frações magmáticas finais. Através de mapemanto geológico de detalhe e análises petrográficas, o corpo Arenópolis apresentou bom potencial exploratório para as subtâncias comuns encontradas em complexos alcalino-carbonatíticos que incluem ilmenita, carbonatos, apatita, magnetita, pirocloro, flogopita, monazita, barita e sulfetos (pirita, pirrotita e calcopirita).

Palavras Chave

Arco Magmático Goiás; Segmento Arenópolis; Província Alcalina de Goiás; Corpo Arenópolis.

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Tiago Pedrosa Lyra, Carlos Eduardo Reis Santos, Luis Gustavo Ferreira Viegas